O mundo dito cristão e ocidental deve sua base civilizatória a três culturas diferentes: a Hindu (seis mil anos a.c.), a Egípcia (três mil anos a.c.) e a Grega (500 anos a.c.). Apesar disso, a história oficial conta que o que se pode chamar de civilização ocidental, começou com a fundação da Igreja Católica, pelo imperador romano Constantino, em Milão, no ano 313 d.c. À par dessa narrativa, floresceram outras culturas no planeta, claro, mas nunca foram devidamente integradas, pelas próprias dificuldades de comunicação e isolamento das diferentes civilizações. China e Japão são os exemplos mais significativos. Desenvolveram uma interessante linha de filosofia e religião, baseadas no hinduismo. Eram completamente isolados do resto do mundo, até que em 1853 quatro navios de guerra norte americanos aportaram na baía de Tóquio, apontaram seus canhões para a cidade e exigiram a abertura dos portos japoneses para os navios estrangeiros. A China, por sua vez, só se abriu depois de vinte anos da chamada Guerra do Ópio, mantida pelos ingleses e aliados contra os chineses, obrigando-os igualmente a abrirem seus portos para o comércio em 1860. Apesar das terríveis condições em que a abertura se deu, tratou-se de episódios civilizatórios, sem dúvida, dando início a uma nova era de desenvolvimento no Planeta Terra.
O início do atual ciclo da vida no planeta se deu com a destruição de Atlântida, um continente que teria sido habitado por seres humanos de grande beleza plástica e inteligência, localizado no que é hoje o Oceano Atlântico na altura da entrada para o mar Mediterrâneo. Vários autores modernos e da antiguidade descrevem o que teria sido a vida neste continente. Um deles foi Platão, um dos mais brilhantes filósofos gregos. A destruição do continente equivaleria à descrição bíblica do Dilúvio. A população atlante que não pereceu no cataclisma se reagrupou na região do Himalaia, fundando o Tibet, no que deu início à civilização Hindu.
Cidade da Atlântida |
Civilização Egípcia |
Civilização greco-romana |
Ao longo dos milênios, os hindus se espalharam pelo mundo abaixo da Índia e Paquistão, gerando novas civilizações pela Pérsia, Arábia e Egito. Por volta de 2.000 a.c., um grupo de povos originários da Índia se concentraram nas ilhas entre o mar Mediterrâneo e o mar Egeu, gerando a civilização grega. Um ramo civilizatório adentrou à Europa, criando a cultura Celta, grandes artistas dos temas místicos, cujos descendentes, ao invadirem Roma, decretaram sua divisão e declínio no ano 476 d.c.
Civilização Hindu |
A partir do ano 500 a.c., deu-se o auge da civilização grega e seus grandes filósofos pensadores. Pitágoras, Sócrates, Platão e Aristóteles foram os principais. Muitas obras produzidas neste período seguem sendo básicas para a humanidade.
A REPÚBLICA de
Platão é uma dessas obras básicas, concebida como um ensaio sobre a sociedade perfeita. Ela reproduz diálogos imaginários entre Sócrates (então já falecido) e os dois irmãos
mais velhos do próprio Platão, Glauco e Adimanto, além de mais alguns personagens circunstanciais. É o Diálogo mais
célebre de Platão, com dez grandes capítulos chamados de Livros. Cada um deles
é dedicado a um tema principal, embora um seja praticamente continuidade do
outro.
O primeiro livro trata de responder a questão 'EM QUE
CONSISTE A JUSTIÇA?".
Logo na abertura do Livro 1, Sócrates vai conduzindo um longo debate com alguns jovens, onde se argumenta que ser JUSTO é trabalhoso e difícil, enquanto ser INJUSTO é mais fácil e prazeroso. Por que então as pessoas seriam JUSTAS?
Ao longo dos livros 2, 3 e 4, tenta-se detalhar o
que seriam os PRINCÍPIOS DA JUSTIÇA. Aqui, Platão delineia sua famosa tese
semelhante às castas indianas, provavelmente sem saber delas. Trata-se de dar
ordem ao Estado, dentro do princípio de que CADA UM DEVE FAZER AQUILO QUE LHE
CABE, sem diferenciação hierárquica de poder ou de riqueza. À categoria dos
dirigentes, por exemplo, não é permitido gerar descendência nem possuir bens
materiais. Que tal?
O Livro 5 fala especificamente das condições de
ascensão para a SOCIEDADE IDEAL. Nele encontramos a DIALÉTICA DA LINHA
DIVIDIDA, mostrando que o conhecimento é fundamental para a ascensão em direção
ao BEM, ou seja, ao estado de excelência do ponto de vista individual tanto
quanto social.
O Livro 6 fala do MITO DA CAVERNA, explicando que
aquele que se liberta das ilusões pode ver o sol sem cegar-se. A este seria bom
entregar a responsabilidade de DIRIGIR a sociedade organizada, que equivaleria ao atual moderno conceito de Estado.
Quando chega nos Livros 8 e 9, Platão fala da
inevitável decadência da Cidade/Estado, quando o poder se concentra numa dada
aliança oligárquica, levando ao individualismo dentro da democracia, que
fatalmente redundará na TIRANIA.
Finalmente, no Livro 10, Platão conjectura sobre a
função e a importância da ARTE, MORAL e FILOSOFIA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário