" No princípio era o Verbo,
e o Verbo estava com Deus,
e o Verbo estava com Deus,
e o Verbo era Deus... "
Assim começa o Evangelho de João. Ele usa o termo "verbo" (palavra), que foi como os romanos traduziram o termo original grego Logos, para explicar que Deus está em todas as coisas. O conceito desse Deus no repertório judaico e cristão é o de um ser infinito e absoluto, um Jeová todo poderoso que governa o mundo e os homens com mão de ferro. Estas duas religiões, judeus e cristãos (e mais tarde os muçulmanos) projetam um deus único, criador do céu e da terra. Outras fontes religiosas, como o budismo e as seitas primitivas, consideram a existência de vários Deuses, um para cada propósito. Consta que na Índia, abaixo de Brahma, Vixnu e Shiva (principais deuses da fé hindu) existem mais de 300 outros deuses, cuidando de vários aspectos da vida e da natureza, de acordo com as crenças e costumes de cada região ou tribo.
Talvez um dos únicos consensos em termos religiosos universais é que DEUS é a manifestação da Energia Universal, o prana que interpenetra toda a matéria existente no sistema solar. Vamos ficar na nossa galáxia, por que o que existe fora dela ainda não somos capazes sequer de imaginar. Já é um grande progresso da humanidade nos olharmos para o SOL, pois, na idade média se tinha como perspectiva apenas o planeta Terra, e que era plano, bem lembrado...
Nesta perspectiva do Deus presente em todas as coisas, uma primeira conclusão é que Ele precisa da matéria para se manifestar. Essa essência divina de tudo o que há no mundo físico, inquietante por sua própria natureza efêmera, é que faz a civilização avançar. Se olharmos para a história do mundo, chegaremos a conclusão de que a vida no planeta é uma constante mudança de paradigmas, pois é preciso desconstruir os cânones velhos para gerar o "novo". Portanto, sobre a constatação de que a Vida é UNA e IMUTÁVEL, devido ao poder e presença de Deus, impregnando todo o mundo material, somos obrigados a entender também que tudo muda, devido ao caráter transitório da condição material, da qual os humanos são parte.
Neste caso, nós temos uma essência vital eterna e permanente, governando um mundo em mudanças. Acima disso tudo, paira a Divindade.
Neste caso, nós temos uma essência vital eterna e permanente, governando um mundo em mudanças. Acima disso tudo, paira a Divindade.
Como seria possível aos seres humanos nos comunicarmos com esta Divindade? A pedra filosofal desta comunicação está na ORAÇÃO. Orar é a expressão da força ativa interna do indivíduo, a expressão da vontade de se transmutar pessoalmente na interação com a força Divina. Não é exatamente um pedido feito a um ser externo, mas a invocação do Eu Superior, que é a presença divina dentro da própria pessoa.
As primeiras orações de invocação do "sagrado" foram feitas através de sons e símbolos, chamados MANTRAS, especialmente no mundo oriental, desde muitos milhares de anos antes de Cristo.
O Om é o mantra mais importante e o mais antigo que se conhece. Diz-se que ele contém o conhecimento dos antigos Vedas e é considerado o corpo sonoro do Absoluto, ou seja, Deus. Sendo o som do próprio Deus, ele faz o efeito de conectar o praticante com a essência cósmica constituída por materialidade e energia. Neste sentido, o Om é o próprio som do universo e a semente que "fecunda" os outros mantras. A sua entonação é muito simples: basta encher os pulmões de ar e soltar pela boca semi aberta para entoar o som da letra 'O" e fechando os lábios para exalar o som da letra "M", produzindo um som parecido com com "Ommmmm..." até se esvaziar os pulmões. Encha-os novamente de ar e repita a entonação. Um sucedâneo do mantra Om é a entonação do "Amém", presente nos rituais cristãos atuais.
A oração de fato tem poder, e, de acordo com a ética desde Platão, quanto mais poder, mais responsabilidade.
Assim como os mantras primitivos, a oração moderna desperta a essência divina que está presente em todas as coisas, emanando vibração, frequência e energia. Um simples !PAI NOSSO! se comunica, de forma ainda não explicada, com uma intensa rede de comunicação animada dentro da egrégora cristã. Como um mantra oriental, a oração moderna praticada no ocidente também toca a "chama divina" presente em todas as coisas.
O som produzido pelos grandes e inspirados compositores da música sacra animam a humanidade, e também a fazem se aproximar mais da essência divina, como no caso do alemão Bach, que dedicou sua vida à igreja evangélica luterana.
Ou então, simplesmente entre em meditação com um mantra tibetano, adaptado ao violão por um artista brasileiro.
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