A moça que aparece neste clipe é uma das mais belas cantoras-compositoras do mundo. Em todos os sentidos. Belíssima na aparência, seduziu meio mundo do show business norte americano, aliás, os homens adoram se encantar com essa loira descompromissada e descolada, filha da nova era. Foi casada com James Taylor, época em que compôs suas melhores canções, muitas delas de grande sucesso na voz aveludada do famoso e chato cantor. Naquele tempo, ela tinha horror ao palco. Escondia-se dos espetáculos e só aparecia vagamente, como a consorte do marido famoso. Quando deu-lhe um belo 'bye-bye', criou coragem e começou a cantar. Que cantora o mundo estava perdendo!
Isso se deu em 1972. Longos quarenta anos e sua voz continua bela e clara, dá até para entender perfeitamente o inglês cantado por ela, ao contrário de outros monstros sagrados que falam como se estivessem no lombo de um cavalo no Texas, tipo Bob Dylan. Ela, não. Ao contrário, soa sempre divina e refrescante, um colírio para os homens e uma referência para o público feminino.
Os anos sessenta foram os do rock and roll, do movimento hippie, do sonho de paz e amor, do faça amor não faça guerra, entre outros símbolos emblemáticos daquela época. Isso tudo ficou para trás quando John Lennon decretou que "o sonho acabou". Os anos setenta entraram soturnos, o filme Easy Rider mostrando a decadência do movimento hippie, os ídolos da juventude revolucionária morrendo de overdose, Jimmy Hendrix e Janis Joplin, num intervalo de apenas tres meses. A barra estava muito pesada. No Brasil a ditadura baixava o cacete sem dó nem piedade. Nesse cenário de tristeza, nós necessitávamos de alguém que nos balançasse o berço nas noites aterrorizantes, que se anunciavam em nosso futuro próximo. Então, Carole King cantou que tínhamos uma amiga.
Carole King hoje dá palestras e shows pelo mundo afora, discutindo o que é ser mulher. Um tema muito instigante e atual. Seu espetáculo, que apresenta em shows beneficientes, cruza no momento a Austrália. Evidentemente, nunca chegará ao Brasil. Pra que, se as mulheres brasileiras há muito já estão conscientes e atentas ao seu papel na família e na sociedade, não é? Tem até o Ministério da Mulher, cuja ministra mulher me esqueço o nome, tão importante e estratégico é este ministério do governo Dilma, cuja artituladora para compra de deputados no momento é a Ideli Salvati. E a Greyce Hoffmann vai de gestora dos negócios interministeriais, depois de ter feito o ex tucano Fruet prefeito de Curitiba. E depois, os linguarudos de sempre ainda dizem que as mulheres não são prestigiadas no Brasil.
Parabéns pelos acessos ! Diogo Valente
ResponderExcluirMeu amigo, parabéns pela permanência. Parabéns pelos acessos. Muito obrigado pelas lições sobre música - histórias, militantes, transformações.
ResponderExcluirNo período que abordas nesta crônica, na música brasileira, caminhamos da Bossa Nova, Tropicalismo, dos festivais, dos protestos, da censura para a ditadura tatibitati do Tcha, tche, tchi, tchó, tchu. Na Política, caminhamos da censura e das porradas estatais em quem ousava discordar do governo, para a liberdade em que qualquer blogueiro pode dar porradas no governo e se sentir absolutamente seguro. Salve a música em todas as suas dimensões e manifestações, mesmo quando preferimos desligar para não ser tatibitaticamente violentados. Salve a política na plenitude da liberdade.
abs,
delman
Sem dúvida, seu comentário tem uma abrangência histórica e ideológica muito importante, ao chamar a atenção para este aspecto fundamental da Liberdade. Sem a dita cuja, tudo vira em dita dura, rs rs rs.
ExcluirLaércio
ResponderExcluirSó tu, amigo, reserva tempo pra relembrar músicas tão lindas como essas. Melodias que prazeirosamente me fizeram viajar no tempo.
Obrigada.
Abs
Marilda