quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Caos Energético. "Mais do mesmo..."

Eu gostaria de entender o critério da ANEEL para conceder reajustes das tarifas de energia elétrica na faixa de 12 a 15% ao ano, contra uma inflação oficial de 5%. Os governos siameses de Tucanos e Petralhas conseguiram o milagre de cometer uma das mais altas tarifas energéticas do planeta, num país com uma das melhores condições naturais de produção energética sustentável e barata. Uma usina como as que os Tucanos privatizaram no Rio Iguaçu, tem custo operacional abaixo dos 10% do preço final de venda ao consumidor. Esta incrível margem de 90% é apropriada pelo estado brasileiro, na forma de impostos, e transferida às matrizes em crise no exterior pelos capitalistas estrangeiros, que "compraram" cada usina pela bagatela média abaixo de 500 milhões de dólares nos anos 1990. Isso lembra a personagem de um programa humorístico antigo da televisão: "brasileiro bonzinho, né?".  O preço previsto de construção de Belo Monte Xingú, uma usina que vai funcionar à plena capacidade apenas tres ou quatro meses por ano, está orçada na faixa de 15 bilhões de dólares. Pode tranquilamente passar de 20 bi, a depender do câmbio e "jeitinhos brasileiros". 



Mas, não pense que todo mundo paga caro. Os mil maiores consumidores do país, normalmente grandes plantas industriais de extração mineral ou siderúrgica, de capital estrangeiro, pagam apenas 20% dos CUSTOS médios DE PRODUÇÃO, ou seja, dão um prejuízo de 80% ao sistema de geração e transmissão. Não vamos perguntar quem paga essa diferença, certo?, pois a resposta é obvia.  

Quer dizer, os tucanos privatizaram a mineração (Vale do Rio Doce) e as siderúrgicas  (Volta Redonda), além de que montaram a sala de visitas para as grandes exploradoras de alumínio e outros minerais estratégicos na Amazônia. Todas consumidores intensivos de energia elétrica. A usina de Tucuruí Tocantins, por exemplo, pouco serve aos povos amazônicos, que vivem na miséria e no escuro, mas, sai quase de graça às multi nacionais canadenses. Para mudar tudo, de forma que tudo continue como está, os Petralhas sustentam o velho sistema oligárquico de tirar dos pobres para dar aos ricos. Dá até para entender porque Lulla não quis a CPI da Privataria.

Agora, vem por aí um confronto de dimensões imprevisíveis. As companhias energéticas do Paraná, São Paulo e Minas Gerais, as maiores do país, todas de governos estaduais tucanos, resolveram não aderir ao programa (correto) de Dilma, para redução de tarifas. Quer dizer, na verdade não vai reduzir p* nenhuma, pois o que Dilma vai tirar com a mão forte do poder concessionário, a ANEEL vai devolver com o poder real do reajuste leonino a serviço das empresas. Mas, a questão é que se estabelece um confronto federativo entre a Nação e seus principais estados produtores de energia elétrica. Dilma terá coragem de cancelar as concessões de CESP, CEMIG e COPEL?   Depois do que doou ao Rio de Janeiro na questão Petróleo?

No passado recente, os tucanos-pefelistas tentaram privatizar a COPEL. Foram impedidos pela força da manifestação popular e pela campanha cívica promovida por sindicatos e entidades do movimento popular de então.    



Hoje, os principais líderes que impediram a venda da COPEL aos investidores franco-belgas que compraram a Eletrosul, estão no sistema de poder ocupando cargos no governo federal. Portanto, já não contam como massa crítica, por comprometidos que estão.  Quanto à oposição,definitivamente, eles não são do ramo. Estão  paralisados, perdidos na esperança insensata da morte de Lulla ou que ele caia de maduro,  algo improvável, desde que este cidadão lhes tomou os currais eleitorais do fundão do país e das periferias urbanas, como ficou claro na eleição agora de São Paulo. 

Quando o governo FHC ensaiou privatizar a maior geradora nacional,  FURNAS,o governador Itamar Franco colocou as tropas da PM mineira numa usina daquela empresa e ameaçou desapropriar todas as suas instalações dentro do estado de Minas Gerais. Os tucanos recuaram e acabaram privatizando apenas a federal Eletrosul, por que aqui em nossa bela e santa Catarina eles mandavam e desmandavam, não havia e ainda não há oposição que pudesse ser levada em conta. Ninguém resistiu pra valer à privatização das usinas da Eletrosul. Aliás, as únicas contas que ganharam com "aquilo" foram as bancárias de certos cidadãos bem postados, certamente localizadas em certos paraísos fiscais. Se me processarem por isso, ainda vou parar na cadeia. Claro que não há provas formais disso que vos falo.  

Hoje, felizmente os tempos são outros. Várias pesquisas buscam alternativas energéticas, como faz acreditar a propaganda da Eletrosul veiculada nos rádios e televisões. Uma dessas  "importantes pesquisas" é feita pela ONG do ex deputado federal Mauro Passos,  ex sindicalista e amighinho da Diretoria. Eu estive conversando com um verdadeiro cientista da universidade federal, ocasião onde ele disse ignorar as "pesquisas" de Mauro Passos, que recebe verbas diretamente do caixa da Eletrosul, obviamente sem licitação ou maiores preocupações com lisuras comerciais e científícas. Pra quê rigores éticos, se os resultados de tais investimentos tecnológicos são tão visíveis na área da energia do sol. Ou seria dos ventos??? 


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