quarta-feira, 27 de março de 2013

Ave Verum Corpus




Camille Saint-Saens 
(1835-1921)


 

Camille Saint-Saens was born in Paris and brought up by his mother. He began music lessons early and by the age of three had already composed his first piano piece. From the age of seven he took composition lessons and soon gained a reputation in Paris as a child prodigy. In 1846, aged 11, he gave a recital of Mozart and Beethoven piano concertos; for an encore he offered to play any one of the Beethoven piano sonatas from memory.
He entered the Paris Conservatoire in 1848 and over the next five years his dazzling gifts won both the friendship and patronage of composers such as Rossini, Gounod, Liszt, and Berlioz. His mentors feared only that his chameleon-like ability to absorb information and musical styles, while in one sense an advantage, might inhibit originality of expression in his own compositions.
The 1860s were probably the most contented and stable years of Saint-Saens's life. During this time he quickly acquired a formidable reputation as a composer and a virtuoso pianist. In 1868 his Piano concerto No. 2, written m just 17 days, received warm praise from Liszt. He went on to produce a total of five concertos for piano, ranging in mood from the graceful, capricious, and lyrical, to the heroic and, in the case of No. 4 — untypically for Saint-Saens - the tragic.
At the Ecole Niedermeyer between 1861 and 1865, in Samt-Saens's only professional teaching appointment, his pupils included the composer Gabriel Faure, who became a close friend. In 1871 Saint-Saens co-founded the Societe Nationale de Musique, an institution designed to promote the works of French composers. The Societe gave important premieres of works by Debussy, Ravel, Saint-Saens himself, and many others. In 1875 he married a young woman half his age, but the union lasted less than six years, probably due in part to Saint-Saens's highly-strung temperament and the couple's frustrated desire to start a family (two children died in infancy).
The 1870s and 1880s saw the composition of some of Saint-Saens's best and most characteristic works, including the opera Samson et Dalila (1 877), the Symphony No. 3 ("The organ"), and in 1886 Le carnaval des animals (The carnivalof the animals). The last consists of musical portraits of various animals — including such species as "Fossils" and "Pianists", among the more conventional animals, such as the famous "Swan" music for cello. The carnival of the animals was written as a private joke: Saint-Saens did not allow a performance during his lifetime. It is ironic that this piece more than any other has secured his fame in the present day.
Saint-Saens spent his final years travelling in Europe and the United States. On his death in 1921 he left a body of music that revealed a passion for order, clarity, and precision, as well as an always attractive - and very French - melodic charm.








Fragmento do encontro de corais na Catedral Metropolitana de Florianópolis, 
quarta feira, 03.04.2013.
Parte da apresentação do Coro Lírico Catarinense como trilha musical. 

domingo, 3 de março de 2013

Los Morenos

Consta que a população de Buenos Aires no ano 1750 era formada 75% de negros. 
Em toda Argentina, Uruguai e Chile, nos conta o folclore sobre grupamentos negros importantes, seja na luta pela independência, seja na consolidação da nação nacional, a partir de um povo racialmente reduzido e oprimido pela maioria branca, até o ponto de desaparecer da face da terra local e da história. De fato, é praticamente nula a presença histórica da raça negra nestes países, com a possível exceção do Uruguai.

Quando eu estive pesquisando na Universidade de Córdoba sobre a organização da Companhia de Jesus, deparei-me com o fato histórico de que aqueles padres tinham por costume negociar com os estancieiros do Rio Grande do Sul. Trocavam negros escravos brasileiros por mulas de linhagem própria, desenvolvida por eles, apropriadas para transporte a longas distâncias, com o que foi possível o estabelecimento da rota comercial entre as cidades de Viamão (RS) e Sorocaba (SP). Em princípio, fiquei fascinado com esta informação e tentei discuti-la com meus amigos intelectuais argentinos. Pois, nenhum deles quis entrar a sério neste assunto. Parece que o esporte preferido nacional argentino, ao contrário do que todos supomos, não é o futebol, mas, o ato de esconder de sua história que um dia tiveram escravos negros também.  

Há sobre isso um poema de ninguém menos que Jorge Luis Borges, o eterno escultor da língua espanhola, que minha amiga Suely Riskalla teve a sorte de conhecer num navio, antes que ele se fosse para a outra dimensão. Sorte dela e do artista brasileiro Vitor Ramil, que fez uma milonga para resgatar esta história que fala da participação de negros na luta pela emancipação do país vizinho. Compreensivelmente, esta canção é praticamente desconhecida no repertório do cantor gaúcho, embora tenha feito relativo sucesso em Buenos Aires.




Quando Milton Nascimento se preparava para gravar o álbum Clube da Esquina, foi apresentado a um grupo musical chileno do deserto de Atacama, que o acompanharia naquele projeto. Ali, deparou-se com uma composição de Violeta Parra, a qual não poderia ignorar. Disso resultou uma obra prima, praticamente desconhecida em seu pais original, o Chile, a qual, a partir desta descoberta, correu o mundo e hoje faz parte do cancioneiro tradicional daquele país andino. 





Quando o Lulla ainda era nossa esperança de liderança popular, a serviço da mudança que não veio, ele disse uma frase que espantou a burguesia e os conservadores. "Nosso Brasil vive sonhando com a cara virada para Paris e New York. E vive de bunda virada para nossos vizinhos latino americanos".