sexta-feira, 15 de março de 2019

O ELEMENTO ÁGUA COMO INDUTOR DO DESENVOLVIMENTO PESSOAL E PLANETÁRIO.


AUTOR: Laércio de Melo Duarte

Tive a satisfação de participar algum tempo atrás do 22º Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, algo que me marcou profundamente. O evento esteve focado no tema Ciência e Tecnologia da Água, particularmente na inovação e oportunidades para o uso da água no desenvolvimento sustentável do Brasil e do mundo.

Na mensagem de abertura do Simpósio, a Comissão Organizadora divulgou a seguinte declaração: "Nos anos recentes, o Brasil vem vivenciando severas crises relacionadas à água. Curiosamente, parece haver uma sincronia para não nos deixar esquecer que precisamos melhorar nossos processos de gestão, que precisamos ampliar e qualificar nossa infraestrutura hídrica, que precisamos fortalecer ainda mais nossos instrumentos de gestão e qualificar os atores nesse ambiente. Se a crise do Cantareira em São Paulo perdeu fôlego em 2015, na região nordeste do país, no centro-oeste e em outras áreas, ela se intensificou. Intercalados com a escassez, ainda tivemos episódios de desastres, como o de Mariana, que geraram enorme comoção pela sua amplitude e intensidade de danos."

O ambiente de "crise" não poderia ser mais propício para o convidado que fez a palestra de abertura: Janderson Fernandes, mais conhecido como Sri Prem Baba. Ele nasceu de uma família de classe média/baixa paulistana. Reconhecido aos 36 anos por seu guru, Maharaj Ji, na Índia, como mestre da ancestral linhagem Sachcha, Prem Baba tem atualmente milhares de discípulos espalhados por vários países. Janderson, para encontrar Prem Baba dentro de si mesmo, percorreu uma longa jornada. Teve infância e adolescência contestadoras. Adulto, provou vários caminhos espirituais e terapêuticos na sua busca pelo conhecimento da divindade que habita todos os seres e o sentido da vida. Janderson encontrou na psicologia uma ferramenta importante para entender as terapias de cura do corpo e da alma. Aprofundou-se nesse conhecimento por muito tempo. Fez diversas formações e tornou-se terapeuta reconhecido. A maestria recebida por Prem Baba da linhagem espiritual não o afastou do mundo cotidiano. Tenta colocar seus potenciais e seu conhecimento a serviço da Humanidade como um todo, e do Brasil em particular. Neste sentido, tem uma intensa agenda de compromissos em eventos que discutem a melhoria da qualidade de vida no Planeta, desde o processo de transformação pessoal até a abertura de novas janelas de mudanças de paradigmas sociais e econômicos.

Da palestra de Prem Baba eu saquei nove reflexões para mim mesmo, ou seja, não quero dizer que estas tenham sido afirmações dele na mais de uma hora que falou ao público. A responsabilidade por eventuais equívocos é minha. 

1) A Água sempre foi guia precursora da atividade humana no Planeta. As cidades   e aglomerações se colocavam junto aos rios e mares. Com a desmedida expansão urbana, perdeu-se esta conexão. Os consumidores de hoje só conhecem a Água como um recurso que sai das torneiras nos centros urbanos. 
2) Em algum momento vai faltar água, isso é uma certeza da civilização moderna. O recurso Água é finito e se imagina que a eficiência na distribuição e consumo, talvez sejam a única forma de evitar essa tragédia.
3) A falta de água nos ensinaria a compartilhar. Israel e Palestina, por exemplo, superaram suas diferenças e estão compartilhando a pouca água existente.
4) A carência hídrica fez surgir um novo conceito econômico: FABRICAR ÁGUA. Isto significa proteger as nascentes e desenvolver novas tecnologias de produção e consumo consciente. Mas exige também grandes mudanças culturais. Tudo começa com mudanças pessoais, para que sejam criadas as oportunidades de mudanças coletivas estruturais.  
5) Grandes corporações transnacionais, prevendo a carência, tentam induzir o conceito de Água como commoditie.  Isso seria um risco para o desenvolvimento humano. Significaria a privatização das fontes de captação atuais e de recursos que serão usados no futuro, como o nosso Aquífero Guarani. 
6) As águas estão mostrando a direção para a evolução civilizatória. A Humanidade deveria perguntar à Água: "Como eu posso lhe servir, para que você possa me servir?". O elemento Água mostraria que é necessário não apenas mudanças no padrão de consumo, mas também mudar a visão da água como simples produto. A Água também é condutora da nossa evolução emocional,  a partir da consciência de nossas carências espirituais e amorosas. É o elemento de condução das ondas emocionais.
7) A crise hídrica nos mostra a necessidade de uma nova revolução pessoal. O encontro do Elo perdido que junta Matéria e Espírito. Para além das crenças limitantes, dogmas religiosos e científicos. O encontro da Espiritualidade com a Matéria  exige auto transformação na direção do Amor Incondicional. Este estado amoroso implica no rompimento do ciclo vicioso do sado-masoquismo pessoal e social: DOR+MEDO+ÓDIO+VINGANÇA = Infelicidade .   
Este rompimento passa necessariamente pelo auto conhecimento, o qual deveria ser política pública e ensinado nas escolas, senão a destruição será inevitável. 
8) O Patriarcado gerou heranças muito doloridas, mas o reencontro do Feminino não passa pelo combate ao Masculino, e sim na conciliação entre as duas energias. O masculino é o poder da ação. O ato de plantar a semente, enquanto a energia feminina está na geração da planta. A contaminação destas duas forças pelo ódio compromete a qualidade da produção.
9) Todas as coisas precisam encontrar sua alma. Uma empresa ou uma pessoa, uma família ou um sistema. A água também precisa de Alma, assim como a Paz. As três falam a mesma língua. A língua do Amor.


quinta-feira, 14 de março de 2019

A BIOLOGIA DA CRENÇA


toda forma de amor vale a pena
O que vou dizer aqui é um apanhado do que entendi ser a mensagem principal do autor norte americano Bruce Lipton, que começou sua carreira em universidades pequenas dos EUA até atingir o grau máximo de professor titular da Universidade Stanford, Califórnia,   uma das instituições de ensino e pesquisa mais qualificadas do planeta. 

Em 2005, o professor Bruce Lipton lançou o livro Biologia da Crença, onde defende a ideia de que os genes e o DNA não controlam nossa biologia, conforme enunciado pelo determinismo genético da Escola Darwinista, mas que os genes e o DNA são controlados por sinais externos, incluindo as mensagens energéticas que emanam de nossos pensamentos. Este novo conceito unifica a biologia celular com a física quântica, para mostrar que o nosso corpo pode mudar se mudarmos o nosso pensamento, de forma positiva ou negativa. Esta nova abordagem científica sugere que os estímulos de energia que recebemos do ambiente podem determinar a nossa qualidade de vida.



A formação de CRENÇAS segue um roteiro mais ou menos padrão: a pessoa inicialmente percebe que tem CONVICÇÕES, construídas por herança familiar ou por suas próprias reflexões, as quais, junto com pensamentos complexos e palavras pronunciadas, acabam por provocar certas AÇÕES naturais desta pessoa frente ao mundo em que vive. Com o passar do tempo, isso vira um HÁBITO, de modo que o Ser não chega sequer a perceber que daí vieram os seus VALORES DE VIDA.  

Alguns conceitos da chamada "biologia celular" de Lipton encontram ressonância em outros autores da Nova Era, principalmente em Robert Willian, que estuda a reprogramação psico-física através de técnicas de auto cura psicológica, e Bert Hellinger, o ex padre alemão que estruturou o conjunto de técnicas, hoje na moda, chamado Constelação Familiar. 

A mensagem básica de Lipton, que ainda choca o ambiente científico tradicional, é que a herança genética não é o que determina nossa vida, mas sim o conjunto complexo de nossos pensamentos, formando um campo sistêmico de experiências pessoais construídas na forma de crenças. As crenças pessoais na verdade é o que rege a vida,  o sucesso ou fracasso das individualidades, ou seja, nós, os seres humanos. Além disso, e talvez por conta disso, estamos todos submetidos como indivíduos a um campo de influência que nos aprisiona inconscientemente a um sistema de força: A FAMÍLIA. Segundo Bert Hellinger, os antepassados seguem emanando influências de bem e mal  por até 300 anos depois da morte do ser emanador, de acordo com sua importância no papel e na vida de cada um de seus descendentes.

É fácil perceber que algumas pessoas de nosso convívio apresentam personalidade fácil e apaziguadora, enquanto outras são pesadas e difíceis. Não há explicação razoável para isso, senão a herança atávica dos antepassados, ou seja, o  LEGADO FAMILIAR. Uma herança leve facilita o encontro de momentos felizes, sem dúvida. 

Num sistema de valores como o LEGADO FAMILIAR, a aceitação de um novo membro ou uma nova crença é uma AMEAÇA ao equilíbrio. Por isso, alguns noivos ou novas companheiras de membros do Sistema são rejeitados, até o ponto de causar infelicidade e penúria emocional a todos. As regras do sistema familiar combatem qualquer intrusão. Qualquer mudança exige a PERMISSÃO do Sistema, através de suas autoridades máximas, o Pai e a Mãe. Hoje há grande conflito no interior das famílias, por que raras pessoas honram verdadeiramente o pai e a mãe. No máximo aceitam de araque seus papéis, para evitar conflitos desnecessários. Mas, a regra de ouro do Sistema é que cada pessoa teve o Pai-Mãe que precisava e merecia. O Pai representa a direção, o apontar de caminhos, enquanto a Mãe representa a própria vida, de modo que só se chega ao Pai pelo portal da Mãe. Romper com a Mãe, significa perder também o Pai. Quanto mais distante da Mãe, mais distante da vida. Mesmo nos casos em que pai e mãe físicos não foram exatamente os mais indicados, é preciso honrá-los. Segundo Bert Hellinger, é preciso ir além da dor ... sublimar e construir uma relação de equilíbrio, mesmo quando o Ser foi abandonado e entregue para doação. Por mais que se honre os pais adotivos, é preciso reencontrar o equilíbrio com aqueles que verdadeiramente doaram o bem maior, a vida. Contraditoriamente com o senso comum, a figura pai-mãe não é aquele que cria, mas sim o que verdadeiramente gerou o novo ser.   

O processo de mudança pessoal sempre será feito a partir de uma reprogramação de crenças. Para isso, existem algumas condições básicas:

  • Obter autorização, mesmo que apenas na condição de indivíduo isolado do sistema familiar.
  • Respeitar as hierarquias.
  • Honrar os antepassados.
  • Aceitar incondicionalmente a entidade Pai-Mãe. 
  • Respeitar o Sistema de legado familiar e suas regras e ritos.
Só então, o indivíduo estará autorizado a reprogramar suas crenças. Ao trabalhar suas novas crenças, a pessoa deve fazer exercícios diários e estar atenta para algumas regras práticas, que facilitam a absorção interna dos novos valores:

  • Formular a nova crença sempre em modo positivo e no tempo presente. Por exemplo: eu abandono o cigarro. 
  • Formular crenças que não sejam prejudiciais a terceiros ou ao meio ambiente ecológico-social.
A reprogramação de crenças obedece sempre a lógica de que é possível transformar a realidade, qualquer que seja ela. 

A crença inicial e básica é esta, que deve ser sempre reforçada e nunca abandonada:

  • EU ME AMO INCONDICIONALMENTE 
  • E ME ACEITO ASSIM COMO SOU
Parece contraditório para quem quer mudar, não é? 
Na verdade, a postura de se aceitar é básica para qualquer mudança. 


Espetáculo de 2010. Eu estou no naipe dos baixos.