quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

SERTÃO DO URUCUIA, grandes veredas.


O Rio Urucuia é um afluente do São Francisco, pela margem esquerda, perto da divisa entre Minas e Bahia. É a porta de entrada para o território descrito por João Guimarães Rosa no romance "Grande Sertão, Veredas", classificado entre os cem melhores da literatura universal.

Paulo Freire é filho do renomado psiquiatra Roberto Freire, que assombrou o mundo da psicanálise tradicional com suas experiências no campo da somaterapia. Paulo estava destinado ao mundo do jazz, como violonista amador, frequentando a escola do Zimbo Trio enquanto estudava jornalismo.

Quando leu Guimarães Rosa, Paulo Freire enlouqueceu. Ficou claro para ele que o seu mundo era aquele dos personagens roseanos, e não o mundo de São Paulo e do jornalismo. Em 1977 trancou a faculdade e foi morar no Urucuia, onde aprendeu a tocar viola com o mestre Manelin. Voltou para São Paulo em 1980 e tornou-se violeiro profissional e escritor. Produziu vários trabalhos de resgate da musicalidade da viola caipira e da cultura sertaneja.

Volta regularmente ao Urucuia, em busca de inspiração. 


quarta-feira, 5 de junho de 2019

QUEM SOU, DE ONDE VIM E PARA ONDE VOU.


"A Divina Comédia". Dante e sua visão do limbo astral
Vamos observar abaixo algumas crenças sobre o que acontece após a morte de um ser humano: 

CRISTIANISMO TRADICIONAL 
--- A alma imortal fica adormecida esperando o Juízo Final, que se dará com a volta de Jesus Cristo. Se ela for considerada justa e sem pecado, vai para o céu, onde passa a eternidade na companhia do Deus todo poderoso, senão, passará a eternidade queimando no inferno.

KARDECISMO  
--- A depender do nível de evolução da alma, a pessoa passa para o plano espiritual ou volta para uma nova chance com novo corpo físico.  

UMBANDA
--- Se a pessoa ainda não alcançou a evolução espiritual, vai voltar num novo corpo físico, para continuar seu aprendizado. No caso de já ser um espírito evoluído, vai para o mundo espiritual, onde será governada por seus Orixás e poderá trabalhar no aperfeiçoamento das forças da natureza da Terra (Aiyé) e do Céu (Orum).   

ISLAMISMO
--- Se o fiel não seguiu as leis divinas expressas no livro sagrado, vai para o inferno, onde queimará eternamente. Se, por outro lado, o fiel se manteve digno e tiver cumprido seus deveres, vai habitar o paraíso espiritual. No caso dos seres masculinos, terá à sua disposição 72 virgens para servi-lo. 

BUDISMO
--- Se a pessoa ainda não evoluiu até o estado de libertação final, volta para a Terra afim de continuar a roda de reencarnações, visando suas vivências de aprendizado. Uma vez atingido o estado de iluminação, cessam as reencarnações e o espírito vai para o paraíso. 

MATERIALISMO CLÁSSICO
--- Cessam todos os movimentos de vida, físicos e mentais. O corpo entra em decomposição e se une aos elementos naturais. A centelha de vida que existia no corpo se exaure no momento do falecimento.  

A FILOSOFIA CLÁSSICA evita fazer julgamentos sobre o que cada um acha, de modo a respeitar a "verdade" de cada linha de pensamento e de cada indivíduo em particular. No entanto, uma das funções a que se propõe é pesquisar, estudar e interpretar o conhecimento atávico da humanidade, acumulado no decorrer das eras e civilizações, registrado de forma escrita ou de forma oral, com o objetivo de responder principalmente  três questões que considera de maior relevância:

  • Quem sou eu?
  • De onde vim?
  • Para onde vou? 
Do ponto de vista filosófico, o conhecimento se adquire de dois modos: Aquele que se acessa intelectualmente através dos estudos, para o qual o indivíduo se prepara na qualidade de ALUNO.  Outro conhecimento é aquele para o qual o indivíduo se prepara fazendo algo mais do que exercícios meramente intelectuais. Isso quer dizer,  pensando de maneira investigativa; sentindo como se fosse um devoto da questão que se encontra sob investigação;  agindo de forma pública ou reservada, de modo integralmente coerente com o aprendizado que realizou. Este é o tipo de conhecimento para o qual o estudante se prepara na qualidade de DISCÍPULO.

O conhecimento antigo das civilizações pré romanas sempre era passado de mestre para discípulo, numa relação de mão dupla, pois, quanto mais ensina, mais o mestre aprende, devidamente instigado pelas dúvidas e pelos questionamentos de seu orientando. Deste modo, o objetivo de uma Escola Filosófica nunca foi o de estabelecer a verdade como dogma, senão que basear suas ações em três princípios, a saber:
  • O estudo deve incluir sempre o componente da devoção sentimental, juntando ao processo mental um caráter de igual amorosidade;
  • A investigação deve sempre ter o propósito de elevar o ser humano, de sua condição de Persona, para tornar-se Indivíduo (aquele que não se divide), através da Consciência; 
  • O resultado do aprendizado sempre deve servir à Humanidade como um todo, buscando o aprimoramento nas áreas da política, da ciência, da arte e da religião, com o objetivo de se atingir a SABEDORIA.


O LEGADO DE BLAVATSKI

"Não tivesse ela mostrado o rumo, os pesquisadores nunca teriam encontrado o caminho"


Com estas palavras, o coronel do exército norte americano Arthur E. Powel homenageia sua companheira, a russa Helena P. Blavatski (1831-1891), autora de uma obra monumental chamada "Doutrina Secreta", onde ela compila a sabedoria religiosa das civilizações, desde rituais primitivos da idade das pedras até o cristianismo e o islamismo. É praticamente impossível ao leitor comum entrar no universo de Blavatski, tamanha a complexidade e a amplitude da obra. Mesmo sua versão reduzida e simplificada, alcança quase 500 páginas na edição brasileira.

A Teosofia, linha filosófica desenvolvida por Helena, foi baseada numa escola de mistérios existente no Egito por volta do ano 300 d.c., tendo como sede a cidade de Alexandria, cuja biblioteca é considerada a maior que já existiu na Terra. Foi queimada por volta do ano 500 d.c., ninguém sabe por quem, mas, provavelmente pelos cristãos romanos. Ela possivelmente continha a maior fonte de pesquisa a que teríamos acesso, caso tivesse sido preservada. Sua magnitude é mostrada no filme e livro denominado "O Nome da Rosa", do escritor italiano Umberto Eco. Em sua fantástica vida e obra, Helena Blavatski tenta recuperar o significado humanista e perene da biblioteca de Alexandria. Para isso, dedicou muitos anos viajando pelo Oriente, África e Europa, atrás do conhecimento atávico das antigas eras. Por isso, sua herança está impregnada dos aprendizados obtidos com o antigo Egito, a Índia, a Assíria e o Oriente Médio, além dos países himalaicos como o Tibet, entre outros. Na minha opinião, ela infelizmente não atingiu o manancial representado pela Ásia extrema, Japão e China,  o que teria sido de enorme importância, mas, foi deixado à parte, pois o acesso ao Japão e à China era impossível no seu tempo. 

Talvez a maior contribuição da Teosofia tenha sido a ideia de que o mundo real existe em diversas dimensões paralelas,  diferentemente da tradição científica e religiosa ocidental. Nós aprendemos ao longo dos séculos que o mundo é criação divina, mas que Deus está num nível à parte, embora sua presença espiritual ocupe todos os espaços, quase sempre de maneira a fiscalizar o comportamento humano... O acesso a este Deus se dá de forma ritual, através de seus sacerdotes ou representantes na Terra, além das práticas religiosas e devocionais. Deve-se obedecer aos desígnios desse Ser Supremo, conforme estão expressos nos livros sagrados, a Bíblia para os cristãos e judeus, e o Alcorão para os islâmicos. Fora disso, é a barbárie.


A Teosofia chegou para dizer que isso não é a única verdade. O ser humano não se reduz aos limites de seu corpo físico-etérico. E a morte não é o fim de tudo. Depois da morte física, a consciência recolhe-se no chamado Corpo Astral e a vida é levada adiante. Além do Astral existe um mundo chamado Mental e, além dele, encontra-se a melhor parte, acessível plenamente apenas a poucos seres evoluídos atualmente. É o mundo espiritual dos planos Mental Superior (ou Causal), Búdico e Átmico.


Para os seguidores da Teosofia, o ser humano está dividido em sete planos (ou corpos). Os quatro mais próximos do plano físico, que formam a sua Personalidade; e os três superiores que formam sua Tríade Espiritual Individual.

Dos corpos inerentes à Personalidade, os dois primeiros (FÍSICO e ETÉRICO) desaparecem com a morte do corpo físico.

Os dois seguintes (ASTRAL E MENTAL) correspondem a ALMA e passam vida após vida com suas essências preservadas, afim de serem transferidas para a Personalidade da nova Encarnação.

Assim, de vida em vida, a Alma é mantida viva em seus aspectos essenciais e vai acumulando experiências e conhecimentos (ou, ao contrário, pode ir se depreciando) conforme o Karma de cada encarnação vivenciada pelo mesmo Indivíduo.

Até que chega-se a um ponto em que uma nova encarnação não seja mais necessária, por se ter atingido para aquele Indivíduo espiritual o estado de iluminação, que representa o nível mais alto que uma determinada Alma poderia atingir em sua experiência humana. Neste ponto, a Alma também é dispensada, seguindo-se daí para a experiência espiritual propriamente dita, a partir dos planos Mental Puro (ou Causal), Búdico (ou a Essência Espiritual) e Átmico (ou Monástico).

Num dos estudos compilados por Arthur E. Powel, juntando sua observação pessoal dos planos "não físicos", ele descreve o intervalo de tempo padrão entre uma Encarnação e outra, ou seja, o tempo em que o Indivíduo passa nos planos Astral e Mental. Ele estabelece este intervalo entre vidas encarnadas, de acordo com uma previsão de escala evolutiva espiritual.

SERES ADIANTADOS, que se encontram em fase próxima do estado de iluminação, possuem bastante liberdade para escolher o tempo que podem ficar desencarnados. Há os que optam por reencarnar continuamente e sem intervalos significativos, com o propósito de ajudar a evolução da humanidade, assim como há os que escolhem ficar longo tempo nos mundos Astral e Mental, podendo parte deste tempo viver no Plano Causal, o mais elevado que uma Alma pode atingir antes a iluminação. Normalmente seres deste nível ficam até 2000 anos desencarnados, incluindo um período de até 200 anos no Plano Causal.

Entre essa classe superior e a mais baixa, caracterizando o intervalo entre as duas condições extremas, o autor fala de outras seis variações de evolução espiritual, tai como:

- Seres que se distinguiram nas artes, ciências ou religiões, tendo contribuído sobremaneira para a evolução de outros seres, além das suas próprias (entre 600 e 1 mil anos de intervalo);

- Seres que praticaram intensamente o amor universal, não só com suas famílias nucleares, mas levando em conta a família humana (500 anos de intervalo);
- Seres de grande dedicação às suas famílias e que contribuíram no processo de aperfeiçoamento técnico e ético da humanidade (entre 100 e 200 anos de intervalo);
- Seres que simplesmente cumpriram suas missões na vida (entre 60 e 100 anos de intervalo);
- Seres no nível de drogados, bêbados e dependentes de outras pessoas, sem dedicação ou esforço pessoal no caminho da evolução, porém sem prejudicar seriamente outras pessoas (entre 40 e 50 anos de intervalo).

- SERES NO ESTADO MAIS BAIXO DE EVOLUÇÃO ESPIRITUAL ficam o mínimo de tempo possível como desencarnados, apenas o suficiente para serem plasmadas as condições para uma nova encarnação, que já trará consigo o Karma das existências anteriores e as condições de superá-lo. O autor fala de uma média de 5 anos, normalmente vivenciados no baixo nível astral, aquele correspondente ao Umbral dos espiritistas ou o Limbo Astral dos teosofistas.








  




terça-feira, 23 de abril de 2019

SUL DE MINAS GERAIS (POR MIM MESMO)





Este é um roteiro turístico preparado para uma semana. Não pretende substituir nem concorrer com os guias especializados. É apenas minha opinião como viajante.

Pressupõe-se que o turista esteja partindo de São Paulo ou Rio de Janeiro, por via rodoviária. A volta seria por Belo Horizonte por via aérea. 

PRIMEIRA PARADA - SÃO LOURENÇO
(1 dia)

Além da famosa fonte de água mineral gaseificada naturalmente, São Lourenço é uma cidade  mística, sede mundial da Eubiose, uma variante importante do movimento esotérico chamado Teosofia. Mas, a atração principal da cidade é mesmo o Parque das Águas. Ali se pode passar um dia inesquecível, tomando banho de espuma no balneário dentro do parque e percorrendo suas dezenas de fontes minerais. É um lugar muito bonito, apropriado para desestressar da viagem e da cidade grande. 

SEGUNDA PARADA - SÃO JOÃO DEL REI E TIRADENTES (2 dias)

Aqui começamos Minas pra valer. São João del Rei é tudo que pode existir de bom na religiosidade católica. Ali foram compostas a imensa maioria das obras musicais do período barroco no Brasil. Suas igrejas manifestam o profundo sentimento de religiosidade do povo mineiro. Há pelo menos duas bandas sinfônicas na cidade, ambas ligadas a entidades católicas. Em determinadas circunstâncias, como em festas religiosas e mesmo aos domingos, todos os sinos de todas as 10 igrejas tradicionais da cidade soam ao mesmo tempo, junto com as duas bandas que se encontram no centro da cidade,  entoando uma sinfonia que eleva todo mundo a pelo menos 10 centímetros acima do solo (brincadeira, hehehe). A culinária merece destaque especial, assim como o comportamento dos cidadãos locais. Certa vez, entrei numa loja por que me interessei por uma panela de ferro exposta na vitrine. O balconista proprietário conversava no estilo mineiro com um amigo, e a conversa não terminava nunca, de modo que interrompi para perguntar o preço:
---Por favor, senhor, quanto custa aquela panela de ferro?
---Um momentinho que já vou lhe atender.
Para economizar tempo, pois já era próximo de meio dia de um sábado, fui ver a loja ao lado. Quando voltei, a loja da minha panela de ferro já estava fechada. 

Tiradentes é outra coisa. A poucos quilômetros de distância, não tem nada a ver com religião nem tradição. A juventude hippie tomou conta da cidade. É uma festa sem fim, alegre, positiva, alto astral. Faz o contraponto natural com a vizinha S.J. del Rei. Em Tiradentes vivem artistas de todos os tipos, incluindo alguns que tentaram a vida aqui em Floripa e não deram certo. 

O terceiro dia você tem inteiro para sair de  São João del Rei e chegar a  Ouro Preto. No meio do caminho  há um monumento imperdível em Congonhas do Campo. São as estátuas dos profetas, feitas entre 1794 a 1804 pelo artista Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho Vale a pena entrar e conhecer. 

TERCEIRA PARADA - OURO PRETO E MARIANA (3 dias)

Ouro Preto, a antiga capital de Minas Gerais, então chamada Vila Rica, é uma das cidades mais lindas e interessantes do mundo, na minha opinião. Seus casarões, prédios públicos, igrejas e ruas são incomparáveis. Há que ter algum preparo físico para percorrer as ladeiras. A culinária mineira ali é a melhor possível. Bares e restaurantes estão sempre lotados. Para curtir a noite intensa da cidade, é  melhor reservar lugar. São várias alternativas onde se pode dançar, paquerar, beber, ou simplesmente observar, que vem a ser meu hobby preferido.  Quando você sai de um estabelecimento dançante e cai na rua, a diferença de clima e emoção é brutal. 
Mariana, ao lado, merece uma visita, principalmente para ver a catedral e caminhar na rua dos casarões coloniais. 

Então, chegamos ao fim do passeio. 

Mas, você ainda tem Belo Horizonte. São poucas horas de ônibus ou carro a partir de Ouro Preto. Em Belo Horizonte, a programação cultural é sempre o ponto alto. Mas, para isso, precisaria mais alguns dias, talvez um final de semana inteiro. Se não tiver,  aproveite para comer. Se despeça de Minas com uma inesquecível feijoada mineira. 



sexta-feira, 15 de março de 2019

O ELEMENTO ÁGUA COMO INDUTOR DO DESENVOLVIMENTO PESSOAL E PLANETÁRIO.


AUTOR: Laércio de Melo Duarte

Tive a satisfação de participar algum tempo atrás do 22º Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, algo que me marcou profundamente. O evento esteve focado no tema Ciência e Tecnologia da Água, particularmente na inovação e oportunidades para o uso da água no desenvolvimento sustentável do Brasil e do mundo.

Na mensagem de abertura do Simpósio, a Comissão Organizadora divulgou a seguinte declaração: "Nos anos recentes, o Brasil vem vivenciando severas crises relacionadas à água. Curiosamente, parece haver uma sincronia para não nos deixar esquecer que precisamos melhorar nossos processos de gestão, que precisamos ampliar e qualificar nossa infraestrutura hídrica, que precisamos fortalecer ainda mais nossos instrumentos de gestão e qualificar os atores nesse ambiente. Se a crise do Cantareira em São Paulo perdeu fôlego em 2015, na região nordeste do país, no centro-oeste e em outras áreas, ela se intensificou. Intercalados com a escassez, ainda tivemos episódios de desastres, como o de Mariana, que geraram enorme comoção pela sua amplitude e intensidade de danos."

O ambiente de "crise" não poderia ser mais propício para o convidado que fez a palestra de abertura: Janderson Fernandes, mais conhecido como Sri Prem Baba. Ele nasceu de uma família de classe média/baixa paulistana. Reconhecido aos 36 anos por seu guru, Maharaj Ji, na Índia, como mestre da ancestral linhagem Sachcha, Prem Baba tem atualmente milhares de discípulos espalhados por vários países. Janderson, para encontrar Prem Baba dentro de si mesmo, percorreu uma longa jornada. Teve infância e adolescência contestadoras. Adulto, provou vários caminhos espirituais e terapêuticos na sua busca pelo conhecimento da divindade que habita todos os seres e o sentido da vida. Janderson encontrou na psicologia uma ferramenta importante para entender as terapias de cura do corpo e da alma. Aprofundou-se nesse conhecimento por muito tempo. Fez diversas formações e tornou-se terapeuta reconhecido. A maestria recebida por Prem Baba da linhagem espiritual não o afastou do mundo cotidiano. Tenta colocar seus potenciais e seu conhecimento a serviço da Humanidade como um todo, e do Brasil em particular. Neste sentido, tem uma intensa agenda de compromissos em eventos que discutem a melhoria da qualidade de vida no Planeta, desde o processo de transformação pessoal até a abertura de novas janelas de mudanças de paradigmas sociais e econômicos.

Da palestra de Prem Baba eu saquei nove reflexões para mim mesmo, ou seja, não quero dizer que estas tenham sido afirmações dele na mais de uma hora que falou ao público. A responsabilidade por eventuais equívocos é minha. 

1) A Água sempre foi guia precursora da atividade humana no Planeta. As cidades   e aglomerações se colocavam junto aos rios e mares. Com a desmedida expansão urbana, perdeu-se esta conexão. Os consumidores de hoje só conhecem a Água como um recurso que sai das torneiras nos centros urbanos. 
2) Em algum momento vai faltar água, isso é uma certeza da civilização moderna. O recurso Água é finito e se imagina que a eficiência na distribuição e consumo, talvez sejam a única forma de evitar essa tragédia.
3) A falta de água nos ensinaria a compartilhar. Israel e Palestina, por exemplo, superaram suas diferenças e estão compartilhando a pouca água existente.
4) A carência hídrica fez surgir um novo conceito econômico: FABRICAR ÁGUA. Isto significa proteger as nascentes e desenvolver novas tecnologias de produção e consumo consciente. Mas exige também grandes mudanças culturais. Tudo começa com mudanças pessoais, para que sejam criadas as oportunidades de mudanças coletivas estruturais.  
5) Grandes corporações transnacionais, prevendo a carência, tentam induzir o conceito de Água como commoditie.  Isso seria um risco para o desenvolvimento humano. Significaria a privatização das fontes de captação atuais e de recursos que serão usados no futuro, como o nosso Aquífero Guarani. 
6) As águas estão mostrando a direção para a evolução civilizatória. A Humanidade deveria perguntar à Água: "Como eu posso lhe servir, para que você possa me servir?". O elemento Água mostraria que é necessário não apenas mudanças no padrão de consumo, mas também mudar a visão da água como simples produto. A Água também é condutora da nossa evolução emocional,  a partir da consciência de nossas carências espirituais e amorosas. É o elemento de condução das ondas emocionais.
7) A crise hídrica nos mostra a necessidade de uma nova revolução pessoal. O encontro do Elo perdido que junta Matéria e Espírito. Para além das crenças limitantes, dogmas religiosos e científicos. O encontro da Espiritualidade com a Matéria  exige auto transformação na direção do Amor Incondicional. Este estado amoroso implica no rompimento do ciclo vicioso do sado-masoquismo pessoal e social: DOR+MEDO+ÓDIO+VINGANÇA = Infelicidade .   
Este rompimento passa necessariamente pelo auto conhecimento, o qual deveria ser política pública e ensinado nas escolas, senão a destruição será inevitável. 
8) O Patriarcado gerou heranças muito doloridas, mas o reencontro do Feminino não passa pelo combate ao Masculino, e sim na conciliação entre as duas energias. O masculino é o poder da ação. O ato de plantar a semente, enquanto a energia feminina está na geração da planta. A contaminação destas duas forças pelo ódio compromete a qualidade da produção.
9) Todas as coisas precisam encontrar sua alma. Uma empresa ou uma pessoa, uma família ou um sistema. A água também precisa de Alma, assim como a Paz. As três falam a mesma língua. A língua do Amor.


quinta-feira, 14 de março de 2019

A BIOLOGIA DA CRENÇA


toda forma de amor vale a pena
O que vou dizer aqui é um apanhado do que entendi ser a mensagem principal do autor norte americano Bruce Lipton, que começou sua carreira em universidades pequenas dos EUA até atingir o grau máximo de professor titular da Universidade Stanford, Califórnia,   uma das instituições de ensino e pesquisa mais qualificadas do planeta. 

Em 2005, o professor Bruce Lipton lançou o livro Biologia da Crença, onde defende a ideia de que os genes e o DNA não controlam nossa biologia, conforme enunciado pelo determinismo genético da Escola Darwinista, mas que os genes e o DNA são controlados por sinais externos, incluindo as mensagens energéticas que emanam de nossos pensamentos. Este novo conceito unifica a biologia celular com a física quântica, para mostrar que o nosso corpo pode mudar se mudarmos o nosso pensamento, de forma positiva ou negativa. Esta nova abordagem científica sugere que os estímulos de energia que recebemos do ambiente podem determinar a nossa qualidade de vida.



A formação de CRENÇAS segue um roteiro mais ou menos padrão: a pessoa inicialmente percebe que tem CONVICÇÕES, construídas por herança familiar ou por suas próprias reflexões, as quais, junto com pensamentos complexos e palavras pronunciadas, acabam por provocar certas AÇÕES naturais desta pessoa frente ao mundo em que vive. Com o passar do tempo, isso vira um HÁBITO, de modo que o Ser não chega sequer a perceber que daí vieram os seus VALORES DE VIDA.  

Alguns conceitos da chamada "biologia celular" de Lipton encontram ressonância em outros autores da Nova Era, principalmente em Robert Willian, que estuda a reprogramação psico-física através de técnicas de auto cura psicológica, e Bert Hellinger, o ex padre alemão que estruturou o conjunto de técnicas, hoje na moda, chamado Constelação Familiar. 

A mensagem básica de Lipton, que ainda choca o ambiente científico tradicional, é que a herança genética não é o que determina nossa vida, mas sim o conjunto complexo de nossos pensamentos, formando um campo sistêmico de experiências pessoais construídas na forma de crenças. As crenças pessoais na verdade é o que rege a vida,  o sucesso ou fracasso das individualidades, ou seja, nós, os seres humanos. Além disso, e talvez por conta disso, estamos todos submetidos como indivíduos a um campo de influência que nos aprisiona inconscientemente a um sistema de força: A FAMÍLIA. Segundo Bert Hellinger, os antepassados seguem emanando influências de bem e mal  por até 300 anos depois da morte do ser emanador, de acordo com sua importância no papel e na vida de cada um de seus descendentes.

É fácil perceber que algumas pessoas de nosso convívio apresentam personalidade fácil e apaziguadora, enquanto outras são pesadas e difíceis. Não há explicação razoável para isso, senão a herança atávica dos antepassados, ou seja, o  LEGADO FAMILIAR. Uma herança leve facilita o encontro de momentos felizes, sem dúvida. 

Num sistema de valores como o LEGADO FAMILIAR, a aceitação de um novo membro ou uma nova crença é uma AMEAÇA ao equilíbrio. Por isso, alguns noivos ou novas companheiras de membros do Sistema são rejeitados, até o ponto de causar infelicidade e penúria emocional a todos. As regras do sistema familiar combatem qualquer intrusão. Qualquer mudança exige a PERMISSÃO do Sistema, através de suas autoridades máximas, o Pai e a Mãe. Hoje há grande conflito no interior das famílias, por que raras pessoas honram verdadeiramente o pai e a mãe. No máximo aceitam de araque seus papéis, para evitar conflitos desnecessários. Mas, a regra de ouro do Sistema é que cada pessoa teve o Pai-Mãe que precisava e merecia. O Pai representa a direção, o apontar de caminhos, enquanto a Mãe representa a própria vida, de modo que só se chega ao Pai pelo portal da Mãe. Romper com a Mãe, significa perder também o Pai. Quanto mais distante da Mãe, mais distante da vida. Mesmo nos casos em que pai e mãe físicos não foram exatamente os mais indicados, é preciso honrá-los. Segundo Bert Hellinger, é preciso ir além da dor ... sublimar e construir uma relação de equilíbrio, mesmo quando o Ser foi abandonado e entregue para doação. Por mais que se honre os pais adotivos, é preciso reencontrar o equilíbrio com aqueles que verdadeiramente doaram o bem maior, a vida. Contraditoriamente com o senso comum, a figura pai-mãe não é aquele que cria, mas sim o que verdadeiramente gerou o novo ser.   

O processo de mudança pessoal sempre será feito a partir de uma reprogramação de crenças. Para isso, existem algumas condições básicas:

  • Obter autorização, mesmo que apenas na condição de indivíduo isolado do sistema familiar.
  • Respeitar as hierarquias.
  • Honrar os antepassados.
  • Aceitar incondicionalmente a entidade Pai-Mãe. 
  • Respeitar o Sistema de legado familiar e suas regras e ritos.
Só então, o indivíduo estará autorizado a reprogramar suas crenças. Ao trabalhar suas novas crenças, a pessoa deve fazer exercícios diários e estar atenta para algumas regras práticas, que facilitam a absorção interna dos novos valores:

  • Formular a nova crença sempre em modo positivo e no tempo presente. Por exemplo: eu abandono o cigarro. 
  • Formular crenças que não sejam prejudiciais a terceiros ou ao meio ambiente ecológico-social.
A reprogramação de crenças obedece sempre a lógica de que é possível transformar a realidade, qualquer que seja ela. 

A crença inicial e básica é esta, que deve ser sempre reforçada e nunca abandonada:

  • EU ME AMO INCONDICIONALMENTE 
  • E ME ACEITO ASSIM COMO SOU
Parece contraditório para quem quer mudar, não é? 
Na verdade, a postura de se aceitar é básica para qualquer mudança. 


Espetáculo de 2010. Eu estou no naipe dos baixos. 

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

MEDITAR, ou "ditar a mim mesmo" - Parte III - A MEDITAÇÃO DO HOMEM ECOLÓGICO





A MEDITAÇÃO DO HOMEM ECOLÓGICO

Por mais tecnológicos e desconectados que sejamos os Homens de hoje, a nossa sobrevivência no Planeta está ancorada nos Quatro Elementos da Natureza: Água, Fogo, Terra e Ar.

Se faltar um deles, se terá perdido a vida. Quando se fala no conceito de HOMEM ECOLÓGICO, está subentendido que este Ser está alinhado e em harmonia com os quatro elementos.   É possível manter esta conexão, mesmo estando afastado da natureza, por que os quatro elementos estão também na estrutura física e astral interna do Homem. 
Ou seja, os Elementos atuam dentro no Ser Humano,  se integrando com as suas diversas multi-funcionalidades internas. 
Isso implica algumas atitudes práticas diante da Vida, tais como aceitar-se,  ousar a mudança, amar e odiar, ou seja, mover-se pela vida,  apesar de de todas as limitações conhecidas ou ainda desconhecidas. 

A vida é um mistério para ser descoberto e sentido. 

Há pessoas que passam uma vida inteira dedicadas a reproduzir o padrão filosófico-religioso que lhes foi imposto na formação infantil. Elas jamais vão sair do seu casulo padrão, e isto não é pecado algum. São apenas limitações da vivência que se escolheu.

Sim, a vida é uma escolha entre várias possibilidades disponíveis. Independente da escolha de cada um, os quatro elementos nos estarão assessorando da melhor maneira possível.  

A MEDITAÇÃO DOS QUATRO ELEMENTOS é individual e feita  em silêncio. A simples mentalização no tema já provoca os movimentos internos necessários para o equilíbrio psíquico-físico que se quer atingir. Quando colocamos nossa mente no  elemento  ÁGUA, por exemplo, imediatamente já sentimos os movimentos das ondas assimétricas revolvendo nossas emoções, mesmo aquelas guardadas à sete  chaves. E assim por diante. 

O tempo de duração é muito relativo e variável. Deve-se ficar mentalizando cada elemento pelo tempo que se sentir confortável. Eu faço esta meditação todas as manhãs na praia; e já  automatizei  o clique de mudança de um elemento para o outro. Pode durar não mais  do que um minuto; ou três minutos para cada elemento, no máximo. É, portanto, mais uma técnica de meditação instantânea.

A sequência indicada é ÁGUA, FOGO, TERRA e AR.



pingente de prata simbolo da tribo da agua avatar.
Elemento ÁGUA

Deve-se começar esta meditação pelo elemento ÁGUA, devido ao seu caráter intimista, orientado para as emoções pessoais e  à energia feminina Yin. Nós de Florianópolis, que temos a sorte de viver numa ilha oceânica, podemos fazer esta  meditação na praia, especialmente as do leste da ilha, onde se pode ouvir o som das ondas. A função esotérica da ÁGUA é movimentar o repositório interno de  emoções. Quando uma pessoa está  demasiadamente focada na ÁGUA, apresenta comportamento melancólico, podendo chegar à depressão. Por isso, é importante sacudir a alma, colocar em evidência tudo aquilo que está guardado e escondido dentro do Inconsciente. Aqui não se vai fazer uma catarse dolorosa, mas sim pedir à  entidade Água que  movimente o nosso porão interno e faça vir à tona as emoções escondidas. No entanto, não é necessário vivenciá-las todas de novo, ao contrário, deve-se trazê-las para um  ponto da consciência onde seja possível queimá-las em seguida, para que  se  afastem de nossa vida. A seleção natural vai separar  as  emoções boas,  que nos dão alento, daquelas que merecem  desaparecer. 



Elemento FOGO
Quando invocamos o elemento FOGO estamos trazendo vida e movimento para dentro de nós. As pessoas demasiadamente focadas no Fogo são impacientes e nervosas, principalmente quando confrontadas com a Água, elemento com o qual se compensa naturalmente.  Água apaga o Fogo, não é ? Por outro lado,  o Ar acende o fogo. Por isso é tão importante  manter em equilíbrio o sistema interno dos quatro elementos. A função esotérica do Fogo nesta meditação é queimar tudo que não presta, que já está com prazo vencido. Emoções ruins despertas pela  Água. Dores de amores que já se foram, histórias  antigas de fracasso ou mesmo de sucesso, prejuízos irrecuperáveis, etc, serão todos queimados  no Fogo interno da alma. Qual Fênix nascida das cinzas, novas esperanças virão depois do incêndio. A consciência fará  naturalmente a separação do que deve ser destruído e aquilo que  merece ser  preservado. 

Elemento TERRA
O elemento TERRA é o grande continente que a todos nos ampara. O território da firmeza e estabilidade. A Terra é  imprescindível para o florescimento da  vida, após a passagem pela destruição da Água e do Fogo. As sementes serão germinadas e novas  oportunidades estarão  amparadas em "terra firme". Esta é a base existencial da condição humana. A função esotérica da Terra nesta meditação é prover certas características  físicas da vida: realidade, solidez, estrutura, etc. Mas, atenção! A pessoa demasiadamente  focada no elemento Terra é  profundamente infeliz, amarrada em suas crenças e preconceitos, irredutível, ranzinza, etc. É preciso compensar com o Ar,  que abre os  horizontes para a vida.  


Elemento AR
O AR é parte da herança cósmica deixada para nós pelo Deus que fundou a Vida como ela é neste momento. Através do Ar somos nutridos por uma energia essencial chamada Prana. O Ar é vertical e nos coloca em contato com o mundo visto do alto, de uma perspectiva ampla e horizontal. Ele nos propicia uma visão de conjunto. No Ar está o pensamento e as energias de coisas que ainda virão a existir. Ou seja,  que ainda são apenas sonhos. O Ar nos aponta os caminhos que ainda teremos que percorrer. Ele nos mostra os desafios que nos esperam ao longo da estrada. Cabe a nós enfrentá-los ou não. A desistência não significa covardia, mas adequação. A pessoa excessivamente centrada no Ar está sempre "viajando", distante da realidade da Terra onde efetivamente vive.




A 93 milhões de milhas do Sol
As pessoas preparam-se, preparam-se
Porque lá vem... É uma luz
Uma linda luz além do horizonte
Para dentro de nossos olhos
Oh, minha nossa!, que lindo
Oh, minha bela mãe
Ela me disse, "filho, você irá longe na vida"
Se fizer tudo direito, amará o lugar onde estiver
Apenas tenha certeza de que onde quer que vá
Você sempre poderá voltar para casa

A 240 mil milhas da Lua
Percorremos uma longa distância
para pertencer a esse lugar
Para compartilhar essa vista da noite
Uma noite gloriosa
Além do horizonte há outro céu brilhante
Oh, minha nossa!, que lindo
Oh, meu pai irrefutável
Ele me disse, "filho
às vezes, pode parecer escuro"
Mas a ausência da luz
é uma parte necessária
Apenas tenha certeza de que
de que você nunca está sozinho
Você sempre poderá voltar para casa

Você sempre pode voltar
Toda estrada é uma ladeira escorregadia
Mas sempre há uma mão
na qual você pode se segurar
Olhando profundamente pelo telescópio
Você pode perceber que seu
lar está dentro de você

Apenas tenha certeza de que
onde quer que você vá
Não, você nunca está sozinho
Você sempre voltará para casa

A 93 milhões de milhas do Sol
As pessoas preparam-se, preparam-se
Porque lá vem, é uma luz
Uma linda luz, além do horizonte
Para dentro de nossos olhos


segunda-feira, 27 de agosto de 2018

MEDITAR, ou "ditar a mim mesmo" - Parte II - O PAI-NOSSO


O PAI-NOSSO de alinhamento dos CHAKRAS


Chakras do corpo físico-etérico

O Ser Humano é constituído de dois campos principais: o físico e o espiritual. 
Pode haver diferentes visões entre as várias filosofias e religiões, mas ninguém contesta esta classificação maior. 
Dentro do movimento holístico herdado das compilações de Helena Blavatsky (1831-1891),  conhecido também como Teosofia, afirma-se que, assim como tudo no Universo, o Ser Humano está subdividido de forma setenária, ou seja, em sete partes. Então, na verdade teríamos sete corpos, 4 na parte básica da Personalidade e 3 na parte superior Espiritual. Cada um destes corpos está sub-dividido em sete sub níveis. Quanto mais alto o Corpo dentro do plano setenário e seu sub nível, maior a pureza e sutileza de sua essência. Então, o caminho da ascensão e crescimento pessoal começa no Corpo Físico (nossa base biológica) e vai até o Corpo Átmico (onde reside a Chama Divina). 

A meditação é uma ferramenta essencial para o crescimento pessoal e espiritual, conforme a grande maioria dos pensadores e filósofos religiosos vêm afirmando ao longo dos milênios.  Mas, determinadas meditações levam muito tempo na sua execução, às vezes mais de uma hora, dependendo do tipo de meditação que se esteja realizando.  Já falamos  sobre isso em capítulo anterior.  Por outro lado, é importante  manter-se conectado com as energias provenientes da Divindade a maior parte do tempo possível, pois isso nos trará bençãos de proporções imensas para nossa saúde, nosso equilíbrio e nossa proteção nas turbulências do dia-a-dia, nem sempre fáceis em um mundo conturbado como o que vivemos. 

O PAI-NOSSO CRISTÃO pode ser utilizado como uma ferramenta de meditação cotidiana, rápida e eficaz. Em primeiro lugar por que, ao invocarmos esta oração, especialmente no mundo ocidental e cristão, estaremos nos juntando a uma egrégora com mais de 2 bilhões de pessoas que se declaram cristãos. No Brasil, mais de 90 por cento da população religiosa se declara cristã. Outra vantagem de conectar o  Pai-Nosso aos chakras, é que pela sua simplicidade a meditação pode ser feita  em qualquer lugar, não precisa  estar  num ambiente especial nem dentro de uma catedral. Até dentro de um elevador, a pessoa pode se conectar, fechar os olhos e proferir a oração-meditação, algo que não durará mais do que um minuto. 

O fato da pessoa se conectar  mentalmente aos sete chakras do corpo físico-etérico, faz com que estes sejam abençoados e automaticamente se liga um conector  de  revitalização energética, limpando os pensamentos depressivos ou negativos e restaurando o padrão de saúde natural, orientado para o prazer e o bem estar. Depois deste minuto de reconexão, a pessoa tende a sentir-se em melhores condições para continuar sua luta cotidiana com mais disposição e confiança.   

O MÉTODO e sua explicação

Consiste na mentalização de um chakra específico, enquanto se pronuncia uma frase da oração. Este pronunciamento pode ser feito em voz alta ou em silêncio, conforme forem as condições do local. Começamos do Chakra mais alto para o mais baixo, seguindo a linha vertical da energia, do mais sutil e sagrado, para o mais denso e físico.  

 Chakra Coronoriano, no alto da cabeça.
Chakra coronariano, no alto da cabeça 
"PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU"
Pronuncia-se a frase inicial da oração  mentalizando o chakra coronariano, situado no alto da cabeça, cujo símbolo é mostrado acima. Neste chakra é  onde está a conexão com o divino, segundo a tradição védica. Esta afirmação vibra em altíssima frequência, chamando para o espaço pessoal a energia divina invocada. Neste momento, ao nos identificarmos como "filhos" do Pai, assumimos nossa condição de produto da criação divina, ou seja, somos irmãos de todos os demais seres criados por Ele. É uma posição de humildade diante do Poder Divino, que é incompreensível e inexplicável para nós, enquanto Seres ainda encarnados.     



Chakra frontal, entre os dois olhos
"SANTIFICADO SEJA VOSSO NOME"
Devemos pronunciar esta frase focalizando o Chakra Frontal, localizado no espaço entre os dois olhos. Neste chakra está a visão transcendental, o conhecimento oculto acumulado ao longo da existência. É chamado pelos orientais de "terceira visão", aquela propiciada pela Intuição. Aqui, reconhecemos a Deus como sendo "aquele que simplesmente É", ou seja, reconhecemos Deus como sendo a Energia perfeita, sagrada e universal. 



Chakra laríngeo, na garganta
"VENHA A NÓS O VOSSO REINO"

Aqui, pedimos que a harmonia entre todos e tudo, que  identificamos como o Reino de Deus, venha até  nós passando pelo canal estreito da garganta, sugerindo o quanto é difícil esta aproximação, por estarmos quase sempre despreparados para receber a energia divina. O "Reino" que estamos pedindo  vai  passar pelas cordas vocais, situadas neste espaço. A explicação é  que aquilo que mais nos aproxima da energia cósmica divina é o Som, que é capaz de expressar o  Logos, ou o "sopro divino". Lembremo-nos que "No início era o Verbo, e o Verbo estava  com Deus, e o Verbo era Deus".  



Chakra cardíaco, no coração
"SEJA FEITA A VOSSA VONTADE, ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU"



"Assim como é em cima, é embaixo", segundo a máxima lei da filosofia hermética. O entendimento desta frase na oração é que nosso Coração, o Chakra do sentimento e da compaixão, seja orientado a aceitar esta verdade universal, pois está  claro que a vontade de Deus prevalecerá sempre, queiramos ou não.  O coração está justamente no meio da sequência de Chacras e, portanto, no meio da oração do Pai-Nosso. As três frases acima dele são de natureza mística, enquanto as três que virão abaixo são de natureza ética. Então, fica claro que o Coração é o divisor de águas na  concepção energética do corpo físico-etérico humano. 


Chakra plexo solar, no estômago
"O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE"
Pedimos o pão de hoje, não o de amanhã ou da semana seguinte. Confiamos que a providência divina vai satisfazer nossas necessidades materiais, a cada novo dia, a seu tempo. Não precisamos estocar recursos, pois temos a certeza que eles serão supridos pelo nosso Ser Superior, tanto o Eterno quanto o Interno, que são o mesmo Deus que nos dá suporte. "Se o Senhor atende as necessidades dos passarinhos, quem dirá a de seus filhos humanos ...".  


Chakra umbilical, no umbigo
"PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS, ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS OS QUE NOS TÊM OFENDIDO"

As ofensas que praticamos (ou que outros praticam contra nós) se convertem em "dívidas morais" e nos trazem grande dor emocional, a dor do arrependimento. Como toda emoção, esta culpa é processada  no Plexo Esplênico,  situado no abdomen. Este é o território das emoções humanas. Toda culpa deve ser perdoada, não por Deus, cuja justiça é perfeita e será executada impreterivelmente ao longo das eternidades. Mas, mesmo este Jeová todo poderoso, algumas vezes se valerá da compaixão, tornando a sentença nula, quando isso significar progresso para a evolução espiritual do culposo. Se até Deus perdoa, o que se dirá da condição humana? 


Chakra básico, abaixo do órgão sexual no assoalho pélvico
"NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO, MAS LIVRAI-NOS DO MAL"


A energia divina e sutil que entrou pelo Chakra coronariano vibrando em altíssima velocidade, foi sendo convertida de vórtice em vórtice, segundo passou por cada Chakra ao longo do caminho, e chegou ao Chakra Básico praticamente no nível da  matéria, tal como a energia elétrica  em alta tensão vai baixando de transformador  em transformador, até chegar em condições de ser consumida para uso doméstico. No  entanto, em  nenhum momento esta energia deixou de ser sagrada. A evolução humana inclui sua aventura sexual-afetiva e sua luta pela sobrevivência. Os plexos Sacro e Genital estão diretamente alinhados para a satisfação dessas necessidades físicas do ser humano. O mal  não está nos prazeres, nem as tentações são proibidas. O mal está em ficar parado neste nível. Esta é a tentação que o Ser Humano deve evitar.