quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O CATOLICISMO É DIFERENTE


Quando chegam na Porta Santa da Catedral de Compostela,
as peregrinas estão bem cansadas e merecem um momento de repouso. 

Vale dos Caídos, homenagem do ditador Franco a seus soldados mortos na guerra.


Quando vejo os pastores protestantes do ramo dos pentecostais reverberando suas mensagens de condenação e salvamento, lembro dos rituais da umbanda. Ambos são baseados na catarse. É um estado de alma que se altera unicamente pela emoção do momento. Alguns crentes podem dizer que é pela energia que circula no ambiente. São apenas variações em torno da mesma coisa !
Os demais protestantes do ramo tradicional, são tão chatos que as pessoas dormem nos cultos. Não que eles sejam ruins. As palestras dos pastores, sempre elegantes e falando uma linguagem educada, podem até trazer brilhantes mensagens aos seguidores, mas, infelizmente são desprovidos da mesma alegria e movimento da macumba e dos êxtases e "aleluias".  
Já as missas católicas se aproximam da primeira classe, baseada na emoção. Primeiro pela extrema beleza de seus templos e da  ritualística das missas. As cidades históricas de Minas Gerais não seriam nada sem seus templos católicos. Quando todos os sinos de todas as igrejas de São João del Rei, por exemplo, tocam ao mesmo tempo numa manhã de domingo, cada qual com seu ritmo e altura típicos, a cidade se transforma numa chama sonora, que a todos ilumina, independente de serem ou não católicos praticantes.
Mas, mesmo dentro do catolicismo, há diferenças de rituais marcantemente opostas. Eu já vi dezenas desses templos famosos da Europa, tanto como visitante comum, quanto como participante de um coral católico que excursionou por lá. Percebi que uma espécie de ideologia suporta os estilos diferentes dos templos. Fátima é conservadora, Pilar de Zaragoza é alegre e extrovertida. As igrejas da França são formais e austeras, como a Notre Dame de Paris, ou jovens e esportivas como a catedral de Chartres, todas com seus vitrais maravilhosos, uma características das catedrais francesas. Mas, a principal diferença está entre Compostela e Vale dos Caídos, ambas na Espanha.

Vitrais de Notre Dame
Vitrais de Chartres


Catedral de Santiago de Compostela

Catedral do Vale dos Caídos

Compostela é uma cidade onde supostamente o apóstolo São Tiago teria sido sepultado, depois de percorrer a Europa pregando o cristianismo. Vale dos Caídos é um monumento com o qual o ditador Francisco Franco procurou homenagear seus soldados mortos na guerra civil. Na base da montanha onde estão enterrados seus milhares de corpos, encontra-se uma basílica toda construída em pedras, retiradas da própria montanha. Na verdade, ela está incrustada na própria rocha. Um projeto belíssimo, mas a catedral é toda fechada em cores escuras. A energia que circula no ambiente é extremamente pesada.
Enquanto em Compostela, na missa de domingo meio dia, destinada a receber os peregrinos, a alegria é a energia dominante, e seu idoso bispo de longos cabelos brancos sai da missa dançando, acompanhado por uma legião de crianças, do outro lado, no Vale dos Caídos, o silêncio é total, e só se ouve a voz uníssona e sepulcral do oficiante, a dirigir a cerimônia. No palco de Compostela, padres do mundo inteiro celebram a alegria em várias cores. Padres negros africanos vestem suas roupas coloridas, enquanto os espanhóis, mais conservadores, vestem batinas de extremo bom gosto em tons brancos e vermelhos. Vi até um padre japonês pintado de loiro. Já no Vale dos Caídos, os padres vestem apenas negro, enquanto os coroinhas meninos respondem a cantos em latim e vestem cinza.
A presença de mulheres também é outro diferencial muito interessante. Em Compostela, as meninas entram na catedral de bermudas ou shortinhos, quando não com suas vestimentas de peregrinas, alegres e risonhas com seus cajados para lá serem deixados, enquanto no Vale dos Caídos as poucas mulheres vão cobertas de preto, dos pés à cabeça, ornamentadas com seus chales e véus.
Que tipo de igreja católica você teria preferido ?
Grande abraço e desculpe, caso alguém tenha se ofendido com os comentários !





terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

MEMÓRIA HIPPIE - ÍCONES INVERTIDOS



JOÃO SANTANA, O MARQUETEIRO DO MAL

João Santana era um músico e poeta hippie em Salvador (BA). Também ajudava os jornais nanicos que combatiam a ditadura. Até que, quando chegou na virada do milênio, resolveu mudar sua vida e começar a ganhar dinheiro. Entrou para o ramo da publicidade, trabalhando com o premiado Nizan Guanaes. Ali descobriu que o tesouro estava nas campanhas políticas e passou a trabalhar com Duda Mendonça. Aproximou-se do PT na campanha vitoriosa de 2002, cujo marqueteiro era justamente Duda Mendonça. Dali pra frente, foi só correr para os abraços ! E os dólares !  

Nos dias de hoje, depois de conquistar o sonhado status de milionário, comporta-se conforme o esperado. Quer acumular mais poder e mais dinheiro. Foi além da função de marqueteiro e tornou-se conselheiro profissional na política petista comanda por Lula. Está sempre à disposição do partido, além de ajudá-lo nas campanhas, tanto no próprio Brasil quanto no exterior, trabalhando em campanhas de políticos afinados com Lula. Comandou a vitória de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo e perdeu a campanha do sucessor de Cristina Kirchner na Argentina. Em ambas, colocou Lula no centro do palco. Para o bem ou para o mal.  Agora, quando estava em campanha novamente para renovar o mandato do corrupto presidente de El Salvador,  eis que a justiça brasileira descobre suas ligações com a corrupção nos contratos da Petrobrás, em operações mais que complicadas. Tanto recebia dinheiro ilícito em contas no exterior, quanto mandava de volta ao Brasil, para abastecer o caixa dois do PT. 

Triste fim para um sujeito que pregava apenas o lema hippie "faça amor, não faça guerra".  João Santana, sob o apelido Patinhas, participou da gravação do álbum Jóia, de Caetano Veloso, em 1975.




ÍCONES INVERTIDOS. A SUÁSTICA
Símbolo do horror e da boa sorte - Veja a diferença
A palavra vem do sânscrito "svastika", que significa "condutora do bem-estar". Conhecida como símbolo de boa sorte pela maioria das culturas, a suástica ornamentava as moedas da Mesopotâmia 3 mil anos antes de Cristo e também aparecia na arte de povos como os bizantinos e os primeiros cristãos. Os índios maias, da América Central, e os navajos, da América do Norte, também a retrataram - e ainda hoje ela continua a ser usada como símbolo de fortuna pelos hindus. Quem trouxe a suástica como um símbolo místico para o ocidente, foi Madame Blavatsky, que a descobriu no Tibete. Esta suástica "do bem" gira para a direita.
Já o símbolo nazista gira para a esquerda. Foi Heinrich Himmler, o supremo comandante do exército e da polícia política nazista, quem idealizou este símbolo invertido. Ao girar para a esquerda, ela sinaliza o mundo das sombras, o trabalho dos "anjos caídos", ou seja, os satânicos. Himmler se alicerçava no misticismo para reafirmar os propósitos de poder sem limites e de supremacia da raça ariana. Esta raça também foi definida por Madame Blavatsky, que a descreveu como os que conseguiram se salvar da destruição de Atlântida, migrando para as partes altas situadas ao pé da cordilheira de Himalaia, onde fundaram o Tibete, antes de se espalharem para a Europa. Este estudo é confundido por muitos defensores da supremacia racial, talvez de propósito. Mas é algo que Blavatsky nunca defendeu.