quarta-feira, 19 de abril de 2017

OS SETE RAIOS





OS SETE RAIOS foram revelados a Elena Petrovna Blavatskaya (1831-1891), fundadora da Sociedade Teosófica. Ela os chamava por diferentes nomes. Sete arcanjos, Sete braços de Agnes, Sete raios do sol em arco iris, Sete primeiras almas ancestrais, etc. Como sabemos, tudo no Universo tem estrutura setenária, inclusive os corpos que formam o ser humano encarnado. 



Formada a Sociedade Teosófica (1875), vários escritores e pensadores se dedicaram ao tema dos SETE RAIOS, publicando várias obras a respeito. Arthur Ward (1910).  Alice Bailey escreveu toda uma coleção, inspirada pelo mestre tibetano Djwl Kul (1920). C.W.Leadbeater, o famoso escritor teosofista (1925). Guy Bailard (1930).  Geraldine Innocence (1951). Geofrey Hudson, um famoso clarividente nos anos 50, escreveu o livro Os Sete Temperamentos Humanos, mostrando que o mundo esotérico dá aos Raios diferentes nomes, assim como outros atribuem-lhes cores ou correspondências com os Mestres Ascencionados, etc.  

No Brasil, o líder místico mineiro Trigueirinho estreou na literatura espiritualista com este tema, ao lançar o livro em 1988, "A Energia dos Raios em Nossas Vidas".

Aqui inspirado na palestra do pesquisador teosofista Rafael Marques de Albuquerque,  eu busco compreender a interpretação do escritor Ernest Wood (1883-1965). Nascido e educado em Manchester (UK), foi coordenador do núcleo da Sociedade Teosófica local. Com a idade de apenas 24 anos, aderiu à Teosofia ao ouvir palestras da presidente Annie Besant e foi com ela e um grupo de teosofistas em 1909 morar em Aydar, Índia, sede da Sociedade, onde viveu muitas décadas e de onde saia eventualmente para visitas e palestras sobre Teosofia pelo mundo afora. Nos anos 1930, estabeleceu laços ideológicos e metodológicos com a educadora italiana Maria Montessori, que havia sido banida pelo regime de Mussolini. A convite da Sociedade, Montessori foi morar em Aydar e desenvolveu com Ernest Wood e outros teosofistas interessantes pesquisas sobre educação. A partir dos anos 50, Ernest Wood emigrou para os Estados Unidos, estabelecendo-se em Houston, Texas, de onde trabalhava na divulgação dos métodos educacionais de Maria Montessori.    

Todas as linhas espiritualistas derivadas da Teosofia usam o conceito de Sete Raios, como forma de expressar o antigo segredo que se abriu para a Nova Era.

Helena P. Blavatsky chegou a ser reprimida por alguns dos seus mestres orientais, por trazer estes "segredos" para o ocidente.  Várias linhas e autores possuem diferentes visões sobre os Raios. Alguns lhes atribuem cores, outros heranças espirituais, dizem que há características boas e más, etc. Na verdade, os Raios nunca trazem sua porção supostamente má. O que pode haver de mal é não possuir as características atávicas que os Raios representam. É como se cada um representasse a herança da primeira alma de sua família espiritual, criada pelo Plano Divino, quando também foram manifestados os três primeiros Logos do Universo conhecido. Teríamos então sete grandes famílias primordiais e um dia seremos apresentados cada qual à nossa família, quando chegar a hora, e este momento será tão grandioso que é longo o caminho que temos ainda de percorrer. Todos nós que ainda o estamos trilhando, na verdade estamos muito longe deste fausto acontecimento. Por enquanto, o que interessa é o que nós temos a oferecer, portanto, é bom desenvolver o potencial dos Raios, nem que seja para ajudar no crescimento das egrégoras da Luz no planeta Terra.

Naturalmente, cada Ser vai desenvolver mais o Raio de sua família ancestral, mas é bom ter um pouco pelo menos de cada um. 

                       
PRIMEIRO RAIO, Corresponde ao Corpo Átmico. Signo Aquário.                        
- Poder, vontade divina. Energia interna de autonomia, não tem nada a temer no mundo. Raja Yoga. Animal: Camelo (animal que segue sempre adiante, o deserto não lhe é obstáculo, desde que esteja suprido com água). 

SEGUNDO RAIO, Corresponde ao corpo Búdico.⁠⁠⁠⁠ Signo Peixes.  
- Amor profundo, altruísmo, ação para os outros. Karma Yoga. Vaca, o animal sagrado na índia, que se doa ao trabalho em prol dos seus donos. 

TERCEIRO RAIO, Corresponde ao corpo Mental Superior. Signos Touro e Libra. 
- Pensamento filosófico, para dentro, inteligência ativa, estudos abstratos. Jnana Yoga. Animal: Elefante. 

QUARTO RAIO, em busca da espiritualidade. Signo Sagitário, animal: Macaco. 
- Equilíbrio. É o divisor de águas entre a Tríade Espiritual e a Personalidade. Seria o espaço da intuição e da consciência. Está ligado à paz, à sabedoria para conectar Matéria e Espírito, a lidar com opostos, fluidez, música e arte.  Abrange todas as Yogas, assim como todos os corpos. É realmente o Raio da completude do peregrino, trilhando o caminho da condição precária humana.        
                  
QUINTO RAIO, Corpo Mental Concreto. Signo Capricórnio. 
- Certeza, conhecimento concreto, pensamento para fora, científico. Apegado a detalhes. Kundalini Yoga. Animal: Cavalo.   
                     
SEXTO RAIO, Corpo Astral. Signos Escorpião e Áries.  
- Devoção ao divino, amor para fora, altruísmo idealista pela evolução da sociedade, Fraternidade Branca, lealdade. Bakti Yoga. Animal: Cachorro. 

SÉTIMO RAIO, Corpo Etérico. Signos Câncer e Leão.  
- Sensações e sentimentos. Beleza sublime da arte, vontade aplicada para fora. Delicadeza, refinamento. Mantra Yoga. Animal: Gato. 






sábado, 1 de abril de 2017

Juventude e Encanto



Jana, tão bonita quanto o pai. 


Darci Ribeiro chegou de manhã. Eu o levei para almoçar com a estudandata no restaurante do centro acadêmico. Nós o tratávamos com cuidado, tendo em vista seu anunciado câncer de pulmão (que o acabou matando muitos anos depois), que foi usado como motivo para voltar ao país alguns anos antes dos outros exilados.

--- Quer tomar uma água, professor ? 
--- Não, quero tomar uma caipirinha. 

Ali começou um estranhamento admirável. Eu pensei com os meus botões: "este é dos meus".  

Depois da palestra, estávamos todos no Bar Palácio, palco da boemia da esquerda intelectual de Curitiba. Darci se retirou por um tempo, anunciando que iria passar algumas obras literárias à moça mais gostosa da mesa. Duas horas depois voltaram, ambos de cabelos molhados. Inveja!