La Plata, a capital da província de Buenos Aires, tem 800 mil habitantes. Foi construída especìficamente para ser capital da província quando em 1880 foi criado o distrito federal. Aqui foram alocadas grandes quantias em recursos, no tempo em que a Argentina nadava em Ouro e não em Plata.
A localização a apenas 60 km da capital federal ofusca sua importância, tanto política quanto econômica, mas, trata-se de uma importante cidade, a quinta maior do país em população e a oitava em produção interna bruta.
A Universidade provincial só perde em importância para a universidade federal de Buenos Aires. Milhares de estudantes do interior e de outros países para cá orientam suas carreiras acadêmicas. A cidade, especialmente a zona universitária, é um pandemônio de sotaques e diversidade racial e cultural. Carruagens movidas à gás metano transportam os estudantes entre os vários prédios.
Por estes dias agitados de mudanças, as lideranças estudantis estão promovendo manifestações políticas todos os dias, como nos anos 1960. Vimos o prédio da reitoria ocupado por uma brigada de bandeiras vermelhas e faixas anti capitalistas. No que vai dar tudo isto, não nos é ainda possível prever, mas nos preocupam as pixações que já se observam em alguns muros da capital, onde um soldado fardado estilizado, em desenho muito bem feito, indicando coisa profissional, afirma resoluto: "Voltaremos". Pode ser que o ovo da serpente esteja sendo chocado no ninho da própria esquerda. O esculacho das paralisações e ruas trancadas, transformando as cidades num inferno, faz a classe média ter saudades dos militares no poder !
No mais, é uma bela cidade, cujo cuidado arquitetônico se observa nos prédios públicos, especialmente nas sedes do governo estadual, municipal e na catedral católica, para variar. O templo é simplesmente espetacular.
Nas ruas centrais se observa que as pessoas são bem diferentes da capital federal, onde impera uma elegância européia no modo de agir e se vestir. Aqui em La Plata, o povo é mais simples e nada lembra europeus brancos. Percebe-se muito mais evidente a herança indígena. As mocinhas andam de mini blusa e umbiguinho de fora e, não raro, se pode observá-las se "amassando" nas praças, com rapazes que presumivelmente seriam seus namorados, mas, tudo é possível ... parece que por aqui a prática do "ficar" já se aproxima bem mais da tradição brasileira. É mais ou menos como a gente vê nas províncias quentes do norte.