domingo, 19 de maio de 2013

Porto Velho, terra da desesperança

Centro da cidade vista de um barco no meio do Rio Madeira

A capital de Rondônia é uma grande decepçao. De um ponto perdido no meio da floresta Amazônica,a cidade de Porto Velho aparenta realmente uma cidade velha, descuidada, feia, quente como o inferno e inadequada em todos os sentidos. Por onde se anda, principalmente pela noite, as recomendaçoes sao sempre as mesmas: "Muito cuidado com os nóia." ou "Amigo, este lugar é perigoso, melhor sair daqui."

Deve ser, mesmo. Nem a populaçao local gosta de sua cidade. Até um garotinho de doze anos, com quem conversei (sou ótimo para papear com prè adolescentes!) disse que nao vê a hora de se mandar daqui. Prefere viajar com o pai caminhoneiro, do que frequentar a escola. Todos parecem apenas estar aproveitando a oportunidade que vier para dar no pé. Uma terra de aventureiros!

 
Tudo na cidade lembra o Nordeste. Vieram construir a Madeira-Mamoré e nunca mais foram embora.
Desde o início do sèculo passado foi assim, quando levas de nordestinos migravam para lá, contratados para construir a estrada de ferro Madeira Mamoré, compromisso do governo brasileiro de entao, como recompensa aos bolivianos pela incorporaçao do território do Acre. Hoje, a cidade continua sendo nordestina, com suas comidas, diversoes públicas, músicas, comportamento, etc. Há uma sexualidade muito forte impressa no ar. Mocinhas de doze anos já estao agarradas com rapazes, se amassando nos cantos escuros. E cantos escuros nao sao propriamente uma carência da cidade, ao contrário, precisariam de muito mais luz.

Luz que está sendo providenciada pelos consórcios que constroem as usinas do Rio Madeira. Mas, aos que pensam que este investimento monumental, capitaneado pelos franceses da Tractebel, vai solucionar o problema de segurança a escuridao da cidade, podem tirar o cavalinho da chuva. A inteligência tupiniquim planejou o uso desta energia elétrica para alguns milhares de quilömetros daqui, em lugares situados no espaço desenvolvido do leste brasileiro, Sao Paulo na frente da demanda. Nao sei se vai sobrar alguma coisa para os rondonianos. Por isso estao construindo linhas de transmissao com tres mil quilômetros. Voltamos ao Brasil Grande da ditadura militar. Seria mais fácil construir termo-nucleares no estado de Sao Paulo e deixar os bagres do Rio Madeira em paz ...
 
O desmatamento das margens do rio sò poderia provocar isso mesmo: erosao

O porto é velho, mesmo. E pequeno. E ruim!

Outras fotos estao armazenadas no endereço
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