quarta-feira, 6 de abril de 2016

MEDIUNIDADE, DA INCORPORAÇÃO À CANALIZAÇÃO


A CONSTITUIÇÃO SETENÁRIA DO SER HUMANO

O ser humano apresenta-se com uma constituição setenária, ou seja, dividida em sete partes. A primeira, mais densa, é constituída de matéria mais palpável, sólida e visível. É a camada onde se concentra a maior quantidade de partículas atômicas no mesmo espaço. Corresponde ao mundo físico, como o vivenciamos no cotidiano. A segunda parcela é o campo etérico, uma aura energética que nos integra ao mundo extra-físico. Pelo corpo etérico somos alimentados de prana, a energia universal. Estes dois níveis de existência se exaurem com a morte. Dali pra cima, os mundos estão em planos mais espiritualizados e menos físicos, constituídos de energias mais sutis. Os dois planos mais imediatamente vizinhos da vida física no planeta  são o mundo Astral e o Emocional (também chamado Mental Inferior). Estes são mundos da quarta dimensão, enquanto o nosso físico está na terceira dimensão. Para o terceiro e quarto plano vão as almas dos seres que morrem. 

Este quaternário inferior forma a PERSONALIDADE humana, que é a parte que define nossas peculiaridades. Assim, quando uma pessoa morre e passa para o mundo astral, ela continua ligada ao que foi na última encarnação, assim como em todas as outras anteriores. O objetivo básico de cada encarnação é fazer um aprendizado, como parte do processo de EVOLUÇÃO, que nos conduz à divindade, através da eternidade. Um dos requisitos fundamentais para que se faça o aprendizado é um certo véu de esquecimento, que nos separa das memórias atávicas das vivências anteriores, através da habilidade do Livre Arbítrio, capaz de nos possibilitar seguir ou não o Plano de Vida que foi traçado a cada nova encarnação. Isso significa que numa vida podemos avançar no processo de evolução, ou simplesmente retroagir a um estágio anterior. Um suicídio, por exemplo, pode colocar o ser espiritual da pessoa numa posição milhares de anos para trás no caminho. A humanidade com um todo também pode acabar com a vida no planeta, através de uma hecatombe nuclear, por exemplo. Também é notória a injustiça que comanda a vida humana, com pessoas que tudo possuem e tudo pode, vivendo ao lado de outras que passam fome e carecem das condições básicas de sobrevivência. Tudo isso é provocado pelas incompetências humanas, mas, podem ser remediadas graças à grande generosidade das entidades divinas. A compaixão é o atributo maior da vida; e pode corrigir e eliminar karmas decorrentes do mau uso do livre arbítrio. Nada é definitivo, assim como nada é completamente instável. "Assim como é em cima, é embaixo", esta é a Lei fundamental do Universo, significando que há sempre uma ordem no caos universal. 

A distribuição dos mundos como camadas é apenas para fins didáticos. Na prática, não é dado à mente racional humana o conhecimento de como as várias camadas se interconectam. Mas, é fácil compreender que as pessoas que passaram recentemente pelo fenômeno da morte, são as mais próximas do mundo físico. É por isso que algumas pessoas encarnadas, chamadas médiuns, possuem afinidades especiais com o mundo espiritual e podem estabelecer contatos com essas pessoas que já passaram ao mundo astral. A maioria dessas almas, apesar de estarem num mundo mais sutil,  permanecem ligadas ao plano físico, através de identificação com seus hábitos, sentimentos, pensamentos e comportamentos enquanto no mundo físico, inclusive com muita saudade dos amigos e da família, vinculados ainda a questões pendentes, intrigas ou prazeres, etc. Os médiuns conseguem captar mensagens provenientes destas pessoas e transmiti-las para os que ainda se encontram no plano físico. 


A INCORPORAÇÃO


O médium é o instrumento pelo qual a energia de um ser dos mundos Astral e acima se manifesta. Teoricamente, esta comunicação se dá por uma abertura chamada Tela Búdica, existente entre o corpo astral e o corpo etérico da pessoa que serve como médium, a qual tem essa abertura mais ativada do que as pessoas comuns. Este é um processo que exaure fisicamente o médium e lhe deixa consequências às vezes prejudiciais à sua vida cotidiana. Quando um médium permite a incorporação de um ser que está no campo do umbral, o inferno astral, ele se contamina com a energia daquele ser. E mais, nem sempre a mensagem transmitida terá o carimbo da autenticidade. Várias entidades das sombras se fazem passar por seres desencarnados e "baixam" sobre médiuns mal preparados, notadamente em rituais sem o cuidado essencial da preservação da qualidade espiritualista. Isso também é fácil de entender. Um espírito que se encontra em fase evolucional superior, não vai querer retornar ao mundo físico. Ao contrário, ele vai buscar elevar-se a planos cada vez mais altos, na busca do mundo causal, a porta de entrada para o verdadeiro mundo espiritual divino. Aqueles espíritos que se encontram ainda apegados às energias densas do mundo físico e suas emoções, a estes atrai mais a incorporação. Se o médium permite a qualquer espírito que se apresente, a possibilidade de incorporar-se, estará sujeito a toda sorte de influências físicas sobre si, além da péssima energia do mundo astral inferior, o limbo astral.

Há casos de médiuns que passaram a vida inteira fazendo o papel de intermediários, e deixaram obras importantíssimas para a humanidade, encarnando seres de dimensões superiores. Neste caso, médiuns como Chico Xavier, entre outros, que eram usados como psicógrafos, uma escrita automática ditada por entidades do mundo astral, mental ou mesmo causal, na fronteira entre alma e espírito. A psicografia é uma ponte para um nível superior de comunicação astral. 



A CANALIZAÇÃO  


Uma das coisas que diferencia o processo de psicografia do processo de canalização é a característica sempre consciente da segunda. Outra é que o processo se dá através da glândula pineal nos seres vivos, ao invés da chamada tela búdica da incorporação. Da glândula pineal, a mensagem passa direto ao chakra do coração, sem interferência da mente racional, responsável por muitas falências no processo de comunicação dos Mestres ascensionados para os pobres humanos no campo físico. Os cinco sentidos humanos não conseguem compreender aquilo que vem de uma dimensão superior, por isso é necessário eliminar sua interferência nas mensagens canalizadas. Esta é uma comunicação que diz respeito direto à Alma do ser encarnado, e não à sua mente concreta. 

Todo ser humano é dotado de um recurso chamado Consciência. Ela está localizada entre o campo mental inferior e o superior, também chamado causal, a porta de entrada para o mundo espiritual divino. Corresponde ao âmbito da INTUIÇÃO, ao invés do pensamento racional. Através desta porta se dá o processo de canalização. Muitas vezes, esta é uma missão assumida pela pessoa no pacto reencarnatório e vai se manifestar na hora apropriada. Mas, também é possível adquirir-se esta capacidade por meio do treinamento e da disciplina psíquica. Qualquer médium que incorpora, pode passar a canalizar. A questão diferencial é a qualidade da mensagem. Se um espírito se apresenta e o médium percebe sua qualidade inferior, deve barrar sua entrada, mentalizar no campo concreto uma mensagem de paz e encaminhá-lo de volta a seu mundo. Não precisa aceitar sua incorporação. Um teste melhor seria examinar as sensações e impressões provocadas pelo material que está lhe sendo transmitido. Se o tom geral da informação é de elevação espiritual, se apresenta uma visão idealista e positiva na postura do canal comunicante, neste caso não restará dúvida de que se trata de um ser superior. Na mediunidade comum, só se pode atingir o plano imediatamente vizinho do físico, o plano Astral, mas, na canalização espiritual, existe uma expansão da mente, da consciência e da vontade. O médium, neste caso, é um canal entre vários planos, podendo passar mensagens de seres que estejam em planos superiores, como o mental e o causal. 

Hoje em dia, os vários movimentos que estudam e praticam a espiritualidade humana estão sensíveis a esta diferenciação entre incorporação e canalização. Mesmo a Umbanda, defende que o melhor é a energia da canalização. Centros Espíritas seguem na mesma direção. As igrejas convencionais cristãs continuam achando que é  "coisa do diabo". Paciência, não há o que fazer. A não ser esperar que a Era de Aquário revele mais coisas que ainda não sabemos.     








  



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