A ilha caribenha de Cuba é conhecida por sua música extravagante, colorida, cheia de raízes africanas, das quais são exemplos o Mambo e a Rumba. Também tem tradição nas canções hispânicas de acentuada sensualidade, como o Bolero, que ali foi criado pelos colonizadores espanhóis há uns duzentos anos atrás. Ninguém poderia supor que neste país tão mulato e alegre, parecido com a nossa Bahia, nascesse um hino visceral à paixão de um homem por uma mulher.
Na canção YOLANDA, o seu autor, Pablo Milanés, foi às últimas consequências da entrega incondicional de uma pessoa à outra, a busca ideal pelo casamento total e indestrutível. Mas, sua amada Yolanda o abandonou justamente no pior momento, quando o rapaz descobre um câncer ósseo e tem que se afastar do mundo artístico para se tratar, vindo a perder uma perna e a ficar vários meses entrando e saindo de hospitais. Daquele amor apaixonado, restou apenas sua voz melancólica entoando:
Na canção YOLANDA, o seu autor, Pablo Milanés, foi às últimas consequências da entrega incondicional de uma pessoa à outra, a busca ideal pelo casamento total e indestrutível. Mas, sua amada Yolanda o abandonou justamente no pior momento, quando o rapaz descobre um câncer ósseo e tem que se afastar do mundo artístico para se tratar, vindo a perder uma perna e a ficar vários meses entrando e saindo de hospitais. Daquele amor apaixonado, restou apenas sua voz melancólica entoando:
“Si me
faltaras, no voy a morirme
Si he de morir quiero que sea contigo.
Si he de morir quiero que sea contigo.
Mi soledad
se siente acompañada
Por eso a veces sé que necesito
Por eso a veces sé que necesito
Tu mano,
tu mano, tu mano,
eternamente tu mano…"
eternamente tu mano…"
A própria Yolanda conta que conheceu Pablo quando este tinha 25 anos de idade, e era apenas um rapaz cubano, mulato, pobre e triste. Apesar de ter construído a carreira com várias canções de intensa alegria, suas grandes obras foram Yolanda e Años, canções tristes que consolidaram um estilo completamente novo e desconhecido da música cubana, a partir do movimento que se autodenominou "Nova Trova", inspirada nas canções românticas e nos "blues" dos negros norte americanos. Mais tarde, com sua doença sob controle e uma prótese na perna amputada, Pablo Milanés correu o mundo, física e artisticamente.
Nenhum outro músico cubano foi tão reverenciado no exterior, nem mesmo os que se exilaram para os Estados Unidos, fugindo da revolução comunista, como Célia Cruz e Bola de Nieve. Aqui no Brasil, Pablo ganhou um fan de carteirinha, Chico Buarque, que o chamava jocosamente de "meu homem em Cuba".
Nenhum outro músico cubano foi tão reverenciado no exterior, nem mesmo os que se exilaram para os Estados Unidos, fugindo da revolução comunista, como Célia Cruz e Bola de Nieve. Aqui no Brasil, Pablo ganhou um fan de carteirinha, Chico Buarque, que o chamava jocosamente de "meu homem em Cuba".
Chico Buarque fez uma versão impecável da música Yolanda, que ofereceu para a cantora Simone fazer enorme sucesso nos anos 80. A letra de Chico, como seria de se esperar, melhorou ainda mais a dramaticidade da canção. Ele poderia simplesmente traduzir do espanhol para o português e, pronto, o sucesso seria o mesmo. Mas, além de manter o sentido desesperado do poema original, Chico criou novas imagens poéticas e manteve a sonoridade das frases musicais, para que soassem em português igual ao canto de Pablo em espanhol. Por exemplo, se traduzisse literalmente os versos finais,
"rezando el credo que me has enseñado, miro tu cara y digo en la ventana: Yolanda"
ele teria que colocar a palavra "janela", que em português soaria totalmente isento de poesia. Por isso, manteve o espírito da letra, mas trocou "ventana" por "ventania". Ficou muito melhor:
"rezando o credo que tu me ensinastes, olho teu rosto e digo à ventania: Yolanda" .
Vamos acompanhar a versão de Chico Buarque na íntegra?
Amor tão grande ou maior, só do Jacques Brel(nem sei se é assim que escreve), com o NE ME QUITTE PAS. Caramba, aquilo sim é que foi amor sofrido.
ResponderExcluirDe qualquer forma essa Yolanda também é linda, sentida.
Ne me quitte pas, cantada pela Maysa então, lindíssimo.
Bom, vc sabe né, adoro uma música de dor de cotovelo.kkkkkkk
Claro, minha querida, NE ME QUITTE PAS é fundamental na história do romantismo. Espero ter talento para escrever algo sobre ela.
ExcluirGrande abraço,
LAERCIO
Maravilhoso poesma; encanto de melodia!
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