Os anos que se seguiram à quebra da bolsa de Nova Yorque em 1929, foram chamados de "a grande depressão". O quadro era de falência econômica da grande nação norte americana, que só foi salva pela perspicácia e inteligência do presidente Roosevelt e seus assessores econômicos, ao lançarem o programa New Deal (Novo Pacto), pelo qual as empresas e os milionários concordavam pagar mais impostos, para que o setor público investisse pesadamente em obras de infra estrutura, dando emprego para os trabalhadores demitidos pela indústria e pela agricultura, por conta da grave crise que se abateu sobre a América. Assim, ao mesmo tempo em que os desempregados conseguiam alguma renda, passavam a consumir mais produtos, fazendo a economia girar. Uma das mais famosas peças do jornalismo fotográfico, feita em 1936, mostra uma mãe de família, cujo marido havia perdido o emprego cinco anos antes e faleceu neste período, deixando à mãe das crianças o encargo do seu sustento. Seu olhar de angústia e preocupação mostrava bem o estado em que se encontrava a auto estima dos norte americanos.
Foto histórica, considerada símbolo da grande depressão dos anos 30 nos EUA |
Como sempre acontece, foi durante essa crise que a arte cinematográfica e a música floresceram nos Estados Unidos. Parece que a preocupação coletiva pela sobrevivência influi na criatividade dos artistas, como fenômeno universal. Também no Brasil, o período de maior criatividade e sensibilidade artística foram os anos da censura, imposta pela ditadura militar. Parece contraditório, mas, é assim que funciona.
Durante a "grande depressão", brilhou intensamente a luz de um casal, para o qual o grande Federico Fellini viria prestar uma homenagem cinematográfica fascinante, 40 anos depois do tempo real onde eles estrelaram as mais encantadoras fantasias musicais já então produzidas. Fred Astaire e Ginger Rogers, um casal de dançarinos e cantores. Eles faziam a alegria dos americanos e ajudavam a esquecer os transtornos da crise econômica, criando obras onde pontificam o romance, ao som de belíssimas canções populares. Foi quando o Jazz, que já havia feito sucesso na elite da Europa, deixou os guetos pobres dos bairros negros e foi incorporado pelo glamour dos musicais da Broadway e do cinema de Hollywood, como na canção Cheek to Cheek, que estreou em 1936 no filme "Top Hat", e até hoje já apareceu em dezenas de produções musicais da Brodway de Nova Yorque.
Juntos na noite dançando
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