quinta-feira, 18 de abril de 2013

Sobre as propriedades curativas (ou destrutivas) da música



Eu sabia intuitivamente que deveria existir uma razão para eu gostar tanto de ouvir música de "qualidade" e cantar. Na ausência dos predicados que tornam um sujeito bom cantor, contentei-me em aplicar-me aos ensaios e aulas de canto, de modo a ter uma capacidade média de interpretação, e poder entrar em alguns corais, partilhando não apenas a emoção do canto mas o ouvir dos demais cantores, alguns simplesmente angelicais, como as sopranos e contraltos do nosso Coro Lírico Catarinense e do Coral Eletrosul. 



Quando coloco "qualidade" entre aspas, o faço por que este conceito é muito relativo. Acho mais, que há um certo preconceito no autor do texto abaixo, quando ele se refere a música desagradável e desarmônica como "conjuntos de barulhos os quais hoje denominam-se como músicas".  Entendo os motivos pelos quais ele foi levado a fazer tal declaração, mas, não é verdade. Nem todos os barulhos desarmônicos são desagradáveis ou estejam à serviço da alienação e do desiquilíbrio pessoal. Por exemplo, quando Egberto Gismonti compõe, não esperemos que a média da audiência ache aquilo "normal". Ou quando Arrigo Barnabé compôs a ópera "Clara Crocodilo" (uma Carmen do terceiro milênio!), o fez justamente para chocar a moral burguesa e a música temperada ocidental, que vigora como padrão desde 1700, pelo menos. Nem por isso são músicas sem qualidade ou sem inspiração. A mim, pelo menos, elas comovem profundamente. 







Quanto ao resto do conteúdo de nosso mestre que se recusa a ser chamado de mestre, continuamos te admirando, Mestre! 
Rs rs rs... ! Vamos ao texto, publicado hoje em sua página. 

"
Compartilho alguns fragmentos para que cada um descubra o seu próprio som interno.

Eles (a ciência) não compreendem, que não é a Quinta Sinfonia que regenera ou cura, ela só faz vibrar as notas da Quinta que já estejam no ouvinte. Cabe uma observação que, no caso da experiencia com células no laboratório, as mesmas por não estarem conectadas a um organismo vivo, estão conectadas ao astral de quem as manipula. 

Assim, vibra e desperta o símile, e inicia a reorganização elétrica celular. 

Quanto mais identificado com a música, quanto mais intensa a percepção no ouvinte, quanto mais sublime os sentimentos acordados(no sentido literal e figurado) no ouvinte, maior é o processo de regeneração.

Isto ocorre pq a eletricidade básica que ordena cada átomo, cada célula, cada órgão, cada sistema, cada ser humano, é música, é o som, forma de expansão de Fohat, Amor Universal, mantenedor da matéria e do conceito de vida.

Assim, uma Quinta, uma Nona de Beethowen pode ser só barulho para alguns seres humanos e ao mesmo tempo, podem ser a "summa matéria" (alquímica, que a tudo transforma) para outros.

Esta é a origem da musicoterapia, que funciona não pela música em si, mas pelo que existe em quem a ouve.

Henrique José de Souza diz: " a idéia é o Verbo que toma carne através da pena".

Uma música clássica, uma sinfonia, é o arranjo de sons, de forças sutis, na mente, no astral do autor, e que tomam vida quando executadas, agindo na alma de quem a ouve, por similaridade.

Isto acontece pq a única forma de vermos, ouvirmos, sentirmos, etc é trazermos a coisa ouvida, sentida, vista para dentro de nós mesmos. 
É impossível ver algo fora de cada um. A imagem , o símile deverá ser feito em Manas (a mente de cada um) para que seja traduzida e identificada. 

Esta é a única função do que chamamos 5 sentidos: a de traduzir em imagens o mundo que nos cerca, entregando estas imagens a Manas, para tradução, associação, análise e reação. 

Portanto, da mesma forma acontece com as músicas desarmônicas(ou estes conjuntos de barulhos os quais hoje denominam-se como músicas): quanto mais ressonância encontram no ouvinte, mais o desarmonizam, tornando caótico seu mental, astral e vital, a ponto de a expressão da audição exteriorizada em movimentos (o que se chama dança) ser frenética e desordenada, como em um organismo sem controle elétrico. 

O diz-me com quem andas e te direi quem és, não se refere às pessoas que tenhamos a nossa volta. Refere-se sim, aqueles com os quais cada um anda em seu astral e mental. 

Por isto, quanto maior o silêncio interno, mais límpida é a nossa própria voz(que é aquela que antecede a exteriorização do som). E a voz que ouvimos, é a tradução do que vemos sem ver, rudimentos do que vai ser, no futuro, o estado de permeabilidade, onde seremos Um com o Todo(mas, conscientes).

Do irreal conduz-me ao real. Das trevas à luz, da morte à imortalidade: conhecimento.

Fraterno abraço, e om silêncio a todos.

J.Oro"
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2 comentários:

  1. Fiquei aqui pensando sobre as colocações do Jorge Oro e as suas... Vejo o mundo como um número infinito de ressonâncias e ondas de toda ordem. E de uma forma geral creio que tudo tem seu correspondente, similitude, vibração em faixas infinitas. Faz sentido que cada um responda a reverberação de acordo com sua própria faixa. No caso da música, seria uma mesma música capaz de vibrar diferentemente para diferentes pessoas, de acordo com o conteúdo de cada um? Penso que sim. Se um som surgisse de forma inédita, nunca antes ouvido, poderíamos ter uma "vibração original". Mas a partir do momento em que valores e crenças já estão instalados no ouvinte, seus sentidos produzirão diferentes vibrações para uma mesma motivação musical. E aí, o que para um pode ser um "barulho", para um outro pode ser motivo de comoção. Assim como ao ouvirmos uma música, alguns de nós sentirão alegria pelo despertar de memórias alegres e outros sentirão tristeza pelo motivo inverso.

    Sueli Pedroso (Itajaí)

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    1. Sim, você tem uma compreensão correta da ressonância do som musical, de acordo com as memórias afetivas e estéticas de cada um. Daí não ser possível classificar um som esteticamente como "ruim" ou "bom". Isso deve ser avaliado por cada pessoa. No entanto, existe um padrão estético tido como "criativo" ou "de bom gosto", em função de modelos previamente avaliados por mentes mais experimentadas e mais educadas. Contra este padrão, existe um outro, tido como "inferior", brega, limitado, ou coisa que o valha, que corresponde a uma audição privada de aspectos que enriquecem a primeira. Esta seria a música de "baixa qualidade". Baixa para quem, cara pálida. O telespectador da Globo que compra as trilhas sonoras está muito satisfeito. Portanto, não adiante reclamar. É o deus mercado dando sua palavra final. O que vende é bom, o que não vende que se atole na sua crise de criatividade (ou de qualidade, se preferir). O bom de você ter um blog de crônicas é que você sempre tem respostas já prontas para tudo, kkk.
      Veja: http://laerciodoarte.blogspot.com.br/2012/03/breguices-sim-ou-nao.html

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