terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Timbre de gallo. Chamamé.


A República Guarani foi um sonho de poder dos padres jesuítas, que pretendiam romper com o império espanhol e construir um estado teocrático nos trópicos sul americanos. Depois de 150 anos de organização e proselitismo, tinham 100 mil índios treinados para a guerra. Faltavam armas. Inocentemente, pediram ao papa autorização para comprá-las. Este, passou a informação ao rei de espanha, que providenciou o fim da companhia de jesus em suas terras americanas. Assim, o sonho foi por água abaixo. Parou em Corrientes, Argentina, e se transformou no Chamamé.




A conquista do Rio Grande do Sul foi uma batalha monumental. Os impérios de Portugal e Espanha disputavam aquelas terras sem valor, onde apenas o gado  crescia selvagem na pampa e não servia para nada mais, e, no entanto, a região tinha uma importância estratégica incomum, como porta de entrada para o interior do continente em direção às escarpas minerais dos Andes. E também pela proximidade com o caminho marítimo para o oceano pacífico, contornando o extremo sul da Terra do Fogo, afim de atingir o que realmente interessava, as minas de pedras e metais preciosos da costa de Chile e Peru.

Em 1750 fizeram um acordo. O atual Uruguai ficava com a Espanha e o Mato Grosso ficava com Portugal. E trataram de tomar providências para acabar com as missões jesuíticas. 

Alguma coisa restou na tradição popular. 







Ainda hoje, o oeste Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná, e o sul do Mato Grosso se associam aos povos das Missões de Argentina e Paraguai. Juntam-se na língua guarani, para  reproduzir a mesma música construída sob a orientação dos padres jesuítas.





Todos os músicos e compositores ligados às suas raízes guaranis, saem de seus portos naturais, seja o Pantanal matogrossence, seja a região gaúcha das missões, seja a fronteira de Guairá ou Ponta Porã. Todos buscam suas origens atávicas na cidade de Corrientes, onde se encontram os rios Paraguai e Paraná. Ali foi fundado o mundo gaúcho... Inicialmente como bandoleiros, como o Gauchito Gil, o maior santo popular argentino, devidamente ignorado pela igreja católica oficial. Seu sapucay era tão forte que fazia paralisar a tropa policial, enquanto ele fugia no meio do cerco. Só morreu por que, assim como Jesus Cristo, foi traído por um seguidor, pelos mesmos trinta dinheiros. 



  





Nenhum comentário:

Postar um comentário