domingo, 27 de setembro de 2015

Mundos para além do visível - PARTE 2 - O legado de Blavatski





"Não tivesse ela mostrado o rumo, os pesquisadores nunca teriam encontrado o caminho"




Com estas palavras, o coronel do exército americano Arthur E. Powel homenageia sua companheira, a russa Helena P. Blavatski (1831-1891), autora de uma obra monumental chamada "Doutrina Secreta", onde ela compila a sabedoria religiosa das civilizações, desde rituais primitivos da idade das pedras até o cristianismo e o islamismo. É praticamente impossível ao leitor comum entrar no universo de Blavatski, tamanha a complexidade e a amplitude da obra. Mesmo sua versão reduzida e simplificada, alcança quase 500 páginas na edição brasileira.

A Teosofia, linha filosófica desenvolvida por Helena, foi baseada numa escola de mistérios existente no Egito por volta do ano 300 d.c., tendo como sede a cidade de Alexandria, cuja biblioteca é considerada a maior que já existiu na Terra. Foi queimada por volta do ano 500 d.c., ninguém sabe por quem, mas, provavelmente pelos cristãos romanos. Ela possivelmente continha a maior fonte de pesquisa a que teríamos acesso, caso tivesse sido preservada. Sua magnitude é mostrada no filme e livro denominado "O Nome da Rosa", do escritor italiano Umberto Eco. Em sua fantástica vida e obra, Helena Blavatski tenta recuperar o significado humanista e perene da biblioteca de Alexandria. Para isso, dedicou muitos anos viajando pelo Oriente, África e Europa, atrás do conhecimento atávico das antigas eras. Por isso, sua herança está impregnada dos aprendizados obtidos com o antigo Egito, a Índia, a Assíria e o Oriente Médio, além dos países himalaicos como o Tibet, entre outros. Na minha opinião, ela só não atingiu o manancial representado pela Ásia extrema, o que teria sido de enorme importância, mas, foi deixado à parte, pois o acesso ao Japão e à China era impossível no seu tempo. 

Talvez a maior contribuição da Teosofia tenha sido a ideia de que o mundo real existe em diversas dimensões paralelas,  diferentemente da tradição científica e religiosa ocidental. Nós aprendemos ao longo dos séculos que o mundo é criação divina, mas que Deus está num nível à parte, embora sua presença espiritual ocupe todos os espaços, quase sempre de maneira a fiscalizar o comportamento humano... O acesso a este Deus se dá de forma ritual, através de seus sacerdotes ou representantes na Terra, além das práticas religiosas e devocionais. Deve-se obedecer aos desígnios desse Ser Supremo, conforme estão expressos nos livros sagrados, a Bíblia para os cristãos e judeus, e o Alcorão para os islâmicos. Fora disso, é a barbárie.


A Teosofia chegou para dizer que isso não é a única verdade. O ser humano não se reduz aos limites de seu corpo físico-etérico e a morte não é o fim de tudo. Depois da morte física, a consciência recolhe-se no chamado Corpo Astral e a vida é levada adiante. Além do Astral existe um mundo chamado Mental e, além dele, encontra-se a melhor parte, acessível plenamente apenas a poucos seres evoluídos atualmente. É o mundo espiritual dos planos Mental Superior (ou Causal), Búdico e Átmico.


  


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