quinta-feira, 17 de maio de 2012

Maceió



Saí de Floripa numa manhã brilhante, típica do mes de maio, temperatura em agradáveis 22 graus. Quando cruzamos o litoral do Paraná, mudou tudo. Desembarquei em São Paulo com tempo fechado, 12 graus. Se fosse em Congonhas, poderia cruzar a rua para qualquer padaria, churrascaria ou bar agradável na frente do aeroporto, afim de gastar as quase tres horas que me separavam do vôo para Maceió, mas, em Guarulhos, você é prisioneiro do aeroporto. Não tem para onde ir, a não ser caminhar pelos imensos corredores luxuosos, cheio de lojas caras e lanchonetes coloridas. Nem parece Brasil, principalmente nos preços. Com fome, pedi uma cerveja Original 600 ml e um sauichinho de presunto. Valor da conta: 33 reais. Um absurdo completo. Equivale ao preço que paguei naquela mesma noite de terça feira, debaixo dos coqueiros de Pajuçara, com meu amigo Allan, por um prato completo de camarão ao molho de coco. Cerveja a 4 reais, na areia da praia, sob as estrelas do céu de Maceió a 28 graus de temperatura. Não é uma verdadeira loucura?

Camarão ao leite de coco, com pirão e salada. Nem toquei no arroz.

Apenas começo a (re)conhecer a cidade, muito mais bonita do que a que eu vi em 1985. Problemas vários, claro, não estivéssemos no Brasil e no Nordeste. Muita gente dormindo na rua e pedindo esmolas. Poluição e sujeira pra todo lado. Trânsito caótico. Fazer o quê? Até achei que seria pior, em vista das condições políticas e sociais administradas por uma velha elite corrupta e incompetente, há tres séculos dominando Alagoas. Chega a ser mais cruel do que as oligarquias de Santa Catarina. Mas, o povo não parece infeliz. Ao contrário, aqui tudo é agradável, desde o papo no boteco, até as caminhadas das mocinhas pelo calçadão da praia.  A paisagem deslumbrante compensa todos os desconfortos e miséria. 

Orla de Pajuçara, ao anoitecer.


 

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