domingo, 16 de junho de 2013

Incas



Houve um imperador chamado Pachacuti, que foi o grande organizador do império Inca, um estado pré colombiano latino americano que ia da Colômbia à Patagônia argentina. Esse imperador é tido como um grande Avatar, um enviado da divindade para promover as mudanças necessárias à evolução planetária. Seu reinado ocorreu a partir da década de 1430, quando o país por ele concebido viria atingir um patamar superior de organização, dominando ampla maioria da população e das lideranças indígenas da América do Sul, reproduzindo aqui um tipo de imperialismo típico dos reinos antigos da Mesopotâmia e da Ásia. O império de Pachacuti atingiu em seu esplendor 4500 quilômetros de extensão por 400 km de largura.  Este cacique era tão eficiente que chegou a desenvolver um estratagema político para não precisar entrar em combate. Quando ele tinha em mente a conquista de uma nova tribo, mandava antes uma delegação diplomática a dialogar com os atuais governantes, explicando-lhes as vantagens de fazer parte do Império Inca. Nunca propunha a derrubada da elite governante, ao contrário, prometia apoio estrutural e tecnológico, no sentido de melhorar as condições de produtividade da agricultura,  do controle social, da organização política, e exigindo em troca apenas duas coisas: que a elite governante passasse a praticar a religião oficial, tendo o Inca como um representante divino na Terra,  e aprendesse a língua quetchua. 








Além de  pagar os impostos devidos, evidentemente, o que se tornava até fácil, a partir dos novos ganhos de produtividade.  









O fim do império Inca coincide com a chegada dos espanhóis. Mas, não foram estes os verdadeiros responsáveis pelo fim desta civilização extremamente adiantada para sua época. Na verdade, o "exército" espanhol que chegou ao altiplano peruano mal passava dos cem soldados. Muitas foram as causas da derrota Inca, incluindo o mito de que os espanhóis barbados impunham grande temor aos guerreiros indígenas, principalmente pelo uso de um animal desconhecido até então, o cavalo, o qual fazia supor que os cavaleiros e cavalos eram uma só pessoa, um pégaso místico, contra os quais os indígenas se recusavam a lutar,  imaginando-os como criaturas divinas. Porém, a principal razão da derrota dos Incas foi sua divisão interna, a partir da luta pelo sucessão do Trono, opondo  de forma sanguinária dois irmãos filhos do velho Inca. Abriu-se uma guerra civil ente os governadores do Cusco e de Quito, as duas principais sedes do império, luta na qual pereceram cerca de cem mil pessoas, um absurdo para a época. 


Valendo-se dessa divisão, os espanhóis espalharam a inveja e a disputa entre as famílias de Athaualpa (Quito) e Huascar (Cusco). Finalmente, o líder da legião de Quito venceu a guerra, promovendo a destruição da família original na capital do império, matando cerca de 1500 pessoas, apenas por que eram parentes de Huascar, o lider derrotado.  Neste clima desolador foi que Pizzarro, o lider espanhol, resolveu interferir e conquistar os domínios andinos dos Incas, destruindo suas bases e abrindo espaço para a colônia espanhola. 


Os Incas tinhas intensa religiosidade baseada nos fenômenos da natureza. Consideravam vários deuses, sendo o sol e a lua os mais importantes, até sub deuses como montanhas, rios, vales e objetos sagrados.  Consta que promoviam rotineiramente sacrifícios de animais como lhamas e alpacas e, em ocasiões especiais, sacrifícios humanos, como reverência a futuros enfrentamentos guerreiros ou em agradecimentos por boas safras,  terremotos, ou até vitórias militares.  De acordo com uma lenda, uma menina de dez anos de idade chamada Tanta Carhua foi escolhida pelo seu pai para ser sacrificada ao imperador Inca. A criança, supostamente perfeita fisicamente, foi enviada a Cusco onde foi recebida com festas e honrarias para homenagear-lhe a coragem e depois foi enterrada viva em uma tumba nas montanhas andinas. Esta lenda prescreve que as vítimas sacrificiais deveriam ser perfeitas, e que havia grande honra em conhecerem e serem escolhidas pelo imperador, tornando-se, depois da morte, espíritos com caráter divino que passariam a atuar junto aos sacerdotes oficiais. Antes do sacrifício, os sacerdotes adornavam ricamente as vítimas e davam a ela uma bebida chamada chicha e chás de ervas, que as induziam a fenômenos alucinógenos, até hoje praticados.


Por essas e outras, Lalá Zen, em recente visita aos andes peruanos, recusou-se a assumir o posto de novo Inca, para o qual fora convidado por lideranças religiosas locais. Diante da curiosidade dos repórteres, e saboreando uma tradicional xícara de chá de ervas, Lalá explicou sua decisão "Não posso aceitar tal honra, visto não concordar com essas práticas obscuras, principalmente contra o sacrifício de virgens".





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