Apesar de não estar definido em nenhuma lei norte americana que o
país tem um idioma oficial, está claro que o Inglês é esse idioma. Assim como
está claro que o cristianismo é a religião oficial, embora o estado se declare
laico. Também está claro que o espanhol será universal na América. Se
somarmos os imigrantes hispânicos com os falantes de espanhol dos vários
estados tomados ou comprados do México, dá um terço da população do país. Quase
cem milhões de pessoas. Esse tremendo mercado consumidor revela o potencial
econômico e político do castelhano, o
segundo idioma mais importante do planeta. Pelo menos até que o Mandarim venha
a ser exportado pela China, que, aliás, aparenta não ter o menor interesse
nessa causa
A língua espanhola, assim como a italiana, está intimamente associada com a sensualidade, no imaginário dos brancos anglo saxões, que têm verdadeiro fascínio por ela, na mesma proporção de suas dificuldades em expressá-la, como demonstra a tradicional canção dos Estados Unidos, que dá título a esta crônica. Para falar um simples "Adiós, mi corazón", saem coisas do arco da velha. Uma delas, na voz de Bob Dylan, saiu "adiós, mi corasole", outros pronunciam "adiós, mi coressom" e por aí vai. Quanto mais difícil, mais fascinante. Quanto mais melosa, mais associada com as fantasias eróticas em torno da beleza estética e sensualidade dos latinos. Num dos versos, a canção diz "Ela é mexicana e eu sou branco", pra se ter uma ideia de como eles tomaram para si a exclusividade de representantes da raça branca. O papel de filhos prediletos do Senhor, neste, eles já se consideram nativos desde sempre.
Com toda sua arrogância de maior império da história moderna, os americanos morrem de inveja da amorosidade e lascívia demonstrada pelos mexicanos e outros latino americanos. Seus artistas não se cansam de retratar essa realidade, por baixo dos panos do teatro freudiano da vida puritana.
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