domingo, 5 de fevereiro de 2012

No vai e vem das suas cadeiras, meu bem. Pro dia nascer feliz.



1974, faltava dez anos para o tenebroso e temido 1984, de George Orwell. O Brasil vivia o caos do fechamento cultural e político. A ditadura não permitia nada, nem filmes, nem músicas, nem livros. Tudo que entrava aqui tinha que passar pela censura do regime fascista. Vivíamos a transição de Médici para Geisel.  A propaganda oficial havia apresentado o General Garrastazu como sendo descendente dos Médici italianos, os patrocinadores do gênio do renascentismo, Leonardo da Vinci,  ainda que este Médici se comportasse como um facínora de Hitler.  De modo que a expectativa quanto a chegada agora de um general alemão era a pior possível, porém, Geisel se mostrou bem mais centrado e entendia de geo-política, coisa que os generais anteriores ignoravam. Ele viu que a ditadura já estava muito desgastada e que o Brasil precisava se abrir ao mundo, se quisesse efetivamente virar a potência que os militares haviam projetado.  Então lançou o projeto "Anistia", para pacificar e reorganizar o país, o que de fato só foi acontecer no ano de 1979.

Nos anos oitenta explodiu o rock brasileiro, junto com a explosão de todas as demais formas de arte e manifestação popular no país. Agora, as festas rolavam Brasil afora, animadas pelo vai-e-vem-das-suas-cadeiras, na voz e inspiração do jovem mestre Cazuza. Teria chegado finalmente a verdadeira Anistia para o prazer ?  No mesmo instante histórico, surgia a terrível AIDS, dizimando primeiro os gays de San Francisco, Califórnia, e em seguida se espalhando pelo mundo. Onde teria sido gerado o terrível vírus? Bueno, mas nosso tema não é esse, pois ele pode ser mais perigoso do que a ditadura militar e sua repressão. Ou não pode?


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