São Luiz do Maranhão é uma ilha, mas nem dá para perceber.
Não é igual a entrar em Florianópolis, quando passamos por uma grande ponte e
podemos observar nitidamente a separação entre a ilha e o continente. Tal qual
a entrada de Vitória (ES),
antes de construírem a belíssima e imensa ponte que dá ligação
com Vila Velha, a entrada na ilha de São Luiz passa por uma pequena ponte sobre
um canal simples e corriqueiro, igual a tantos outros riozinhos que cruzam a
estrada antes de chegar na capital. Depois que entramos na ilha, ainda
resta muita estrada a percorrer, até que cheguemos nos arredores da cidade e a
ex estrada se transforma numa grande via urbana, assim mais ou menos como a
nossa BR-101, com a diferença que a estrada de São Luiz acaba na própria cidade,
confundindo-se com ela no bairro chamado Tirirical ( não riam, crianças! ),
onde está o Aeroporto Internacional, menor
ainda que o de Floripa, e o estádio de futebol onde joga o glorioso Sampaio Correa Football Clube, que disputa a série "D" do campeonato
brasileiro e está na 64ª colocação no ranking oficial da CBF.
Depois de passar na frente do aeroporto, aparecem várias
avenidas, inclusive a Presidente José Sarney (aqui no maranhão as leis não pegam, por isso colocam nas vias públicas
nomes de pessoas vivas. Vivas? Sim, muito vivas!). Nosso motorista, no
entanto, preferiu a Avenida dos Franceses e por ela nos dirigimos ao centro,
passando na frente da Estação Rodoviária, uma das melhores coisas do
Maranhão, novíssima em folha, super bem
organizada, até com posto de informações turísticas que funciona, ao contrário
de 90% das demais capitais. Então, chegamos no centro histórico, uma autêntica
cidade colonial portuguesa, com suas ruelas apertadas e edifícios antigos.
Muito bonita, se fosse fechada para o trânsito de veículos. Mas, cadê a coragem
da administração pública para executar uma coisa dessas? Eles não estão nem um
pouco afim de ousar alguma atitude que possa provocar a antipatia da classe
média, de forma que o trânsito é o mais caótico possível. Eu diria, um trânsito
insuportável num calor insuportável, que me fez pegar o primeiro táxi que me
abriu as portas no inferno em que se tinha
transformado aquela parte da cidade por volta de 13 horas de uma terça feira. Eu
implorei ao taxista "leve-me a um
restaurante que tenha ar condicionado, por favor" e ele ficou zanzando
durante uns trinta minutos pelas ruas entupidas. Por sorte, o carro tinha ar
condicionado e ele estava acompanhado de uma moça que parecia ser sua namorada
ou coisa que o valha. Ocupado com ela, deixou-me à vontade no banco trazeiro, o
que eu achei ótimo, até que ele cruzou a ponte José Sarney (de novo!) e parou na frente de um lugar
chamado Maracangalha. Ótimo para descansar e saborear as delícias da culinária
maranhense, onde comi um peixe grelhado que me esqueço do nome, acompanhado com
arroz branco ao molho de jaca. Indescritível!
Assim como o Brasil, a cidade de São Luiz são várias. No
entanto, podemos simplificar e dividí-la em duas: antes e depois do Rio Anil.
Eu explico: Anil é o nome de um pequeno rio que nasce no interior da Ilha de
São Luiz e deságua na Baia de São Marcos, ao lado do centro histórico. Antes do Rio Anil
está a velha cidade fundada por
franceses, invadida por holandeses e consolidada pelos portugueses. Sobre este
Rio Anil, bastante largo na sua foz, cruzam duas pontes que levam para a cidade
nova, avançando na direção da costa
aberta, fora da baía. Nessa parte da cidade estão os bairros chiques, as praias
de surf e até uma lagoa, a de Jansen, às margens da qual estão os melhores
restaurantes, bares e boates, onde se encontram os jovens das classes médias e
altas. Ao longo da Avenida Litorânea, sucedem-se as praias urbanizadas de São
Marcos, do Calhau (onde mora a família
Sarney) e Olho d'Água. São praias de mar aberto e muito perigosas, com
ondas fortes e traiçoeiras.
Haaa, um detalhe importante que estava me esquecendo. No
bairro do Calhau, tal qual no centro histórico, o esgoto também corre a céu
aberto.
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