Aproximadamente 45 milhões de pessoas cantam em
coros amadores nos Estados Unidos, segundo aponta a organização National Public
Radio. Apesar deste número fantástico, também ficamos sabendo que nenhum coro
norte americano está entre os vinte melhores do mundo. O escolhido foi um coro
inglês com nome italiano, Monteverdi
Choir , cujo maior sucesso foi a encenação de 198 cantatas de Bach, em
turnês mundiais a partir do ano 2000.
Uma curiosidade:
Alguém é capaz de
adivinhar a origem deste coro, o Perpetuum Jazille?
Ouça "Aquarela do
Brasil".
Percebe algum sotaque um pouco
estranho, no fundo das frases? Senhores e senhoras, estamos diante
de um dos melhores corais do mundo, cantando em perfeito português. Sua sede: Ljubljana, Eslováquia.
Mundo pequeno!
A pesquisa realizada
pela revista Gramophone em dezembro de 2010, apontou que dos vinte melhores
corais, dez são ingleses. E mais, os cinco primeiros são igualmente britânicos.
Se a Gramophone fosse inglesa, estaria explicado, mas é norte americana da
silva, especializada em música e, antes, havia escolhido as vinte melhores
orquestras, ou seja, eles são do ramo.
Tirando a mania dos americanos de organizarem listas, parece mesmo que o
melhor lugar para aprender a cantar em coros é Londres. A revista não sabe
explicar, mas insinua que a razão dessa qualidade está no modo de ser dos
Anglicanos, desde tenra idade orientados para o canto nas igrejas. Mas, essa
também é a característica dos norte americanos, e mais, há muitos e mais variados
cantores na América que no Reino Unido. E nem só de música
gospel vivem os coros americanos (só 90%, rs rs rs).
Do Brasil, infelizmente não consegui juntar nada que dissesse
coisa com coisa. Começa que um grande número de corais se intitulam "o
melhor do país", sem nenhuma base estatística. Pior que isso, grandes
coros de instituições famosas se formam e se dissolvem da noite para o dia. As
novas tecnologias passam longe do mundo dos corais brasileiros. Quase nenhum
deles possui algum Portal na Internet, que dê informações ou pelo menos
divulgue algum trabalho, ao contrário, para os poucos que se preocuparam com
isso, as informações estão quase todas desatualizadas. Também não há
estatísticas sobre quantidades de grupos ou de cantores. Resta pouco a fazer, a
não ser seguir a metodologia Mestre-aprendiz, indo atrás das grandes figuras como o Maestro Norton Morozowicz, que fez excelente
trabalho em Blumenau durante anos. Goiânia deu a sorte de contratá-lo como seu
professor de música na Universidade Federal, função que acumula com a de
regente da Orquestra e Coro do Estado de Goiás. Na sua imponente figura,
fazemos nossa homenagem a todos os coros do Brasil:
Finalmente, baixamos na nossa querida Floripa, onde a Associação
Coral, que existe há mais de 50 anos, teve como primeiro maestro o professor
Aldo Krieger, que mandaria seu filho Edino Krieger estudar e lutar ao lado
de Villa Lobos pela difusão do canto coral no Brasil. Faz isso até hoje, aos
oitenta e pedrada... Esta Associação Coral de Florianópolis saiu dos quadros da Catedral Metropolitana e continua fiel às suas origens, cumprindo uma larga agenda de missas
pela cidade. Possui uma espetacular sede própria, conquistada graças às boas relações
de seus dirigentes com os governantes locais. Por isso mesmo, está sempre bem
servida de projetos patrocinados pelo governo estadual, o que a obriga a também
estar sempre presente em chatas solenidades oficiais. São os ossos do
ofício. No entanto, sua estrutura técnica operacional é invejável. Normalmente, os coros públicos são bem alinhados com o poder local, sofrendo forte influência dos políticos, mas, no caso da ACF, eles vão às últimas consequências, rs rs rs. Possuem poucos jovens nos quadro, ao contrário de outros coros da cidade, como o Coro Lírico, o Encantos e os das Universidades. Claro, jovens detestam politicagem!
No campo religioso a capital está muito bem
servida de corais, assim como na estrutura governamental. Cada casa legislativa
e tribunais do judiciário têm seu coro, várias empresas estatais patrocinam os
seus e as duas maiores universidades são centros de excelência na prática do
canto. No momento, a cidade vive uma excelente fase de shows e concertos, onde se destaca o Maestro Robson Vicente Medeiros, que distoa de seus pares em pelo
menos um ponto: sua noção de logística é a de um competente profissional de
eventos, qualidade raramente encontrada em artistas. Unindo arte e eficiência
organizacional, começou a dirigir coros em Florianópolis, após deixar sua
pequena Armazém, no sul do estado. Quando concluiu o curso de música na UDESC, o
Maestro Robson teve uma idéia simples e genial: organizou um grande coro de
excelente performance, o Encantos, ao qual encaminhava os talentos que
descobria nos demais coros que dirigia, dos quais fazem parte grupos de
empresas públicas e privadas, movimentos religiosos católicos e o coro juvenil
da maior escola de segundo grau do estado, o Instituto de Educação. Com isso,
está sempre renovando seu coro principal, enquanto outros grupos lutam com
dificuldades para atrair novos quadros, principalmente jovens. Além disso, em
torno dessa comunidade de cantores, e utilizando técnicas motivacionais, organiza pelo
menos dois grandes espetáculos anuais, com os quais conquista cada vez mais
prestígio. Os cantores adoram o seu estilo, ora boa praça, ora disciplinador,
mas, sempre focado no resultado. E quem não gosta de subir num palco e
sentir-se artista pelo menos uma vez na vida?
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