No ano 2000 eu fiz um roteiro de trinta dias para seguir os
passos de Van Gogh de Amsterdan até o sul da França, culminando com seu túmulo
nos arredores de Paris. Nos museus da Holanda estão guardadas a maioria de suas obras, no entanto, sua história e
principais quadros estão na França. Lá visitei as cidades por onde ele passou,
cujo epicentro é Arles, onde dezenas de
artistas do mundo todo hoje procuram reproduzir suas obras máximas, que pintou nos
bares e cabarés da cidade ou às margens do Rio Reno.
"Noite Estrelada à Beira do Rhone", uma das mais belas obras de Van Gogh |
Dito assim,
parece que a vida de Van Gogh foi uma beleza. Pois não foi, não! Morreu
aos trinta e três anos de idade sem nunca ter vendido um só quadro. Desde que
saiu da roça, na Holanda, viveu sob a dependência econômica de seu irmão, que era negociante de arte em Paris.
Esteve várias vezes internado como deficiente mental. Hoje é considerado um dos
maiores gênios da humanidade e seus quadros valem milhões de dólares, inclusive
um, "O Escolar", que temos a sorte de contar no acervo do MASP,
trazido pelo mago italiano Pietro Maria Bardi, que veio da Europa destruída
pela guerra para dirigir o Museu que Assis Chateaubriand mandou erguer, graças
à sua extrema generosidade e visão futurista.
A mais bela homenagem a Van Gogh que eu assisti não foi na França nem na
Holanda. Foi na cidade de Tiradentes, em Minas Gerais, quando um artista apresentou
uma exposição temática, muito bem decorada, onde mostrava vários quadros inspirados numa suposta festa de casamento de Vincent Van Gogh, algo
que realmente nunca aconteceu. Consta
que ele nunca teve sequer namorada e suas poucas experiências
sexuais deram-se com prostitutas. Mas, ao contrário do outro maluco, o do
filme, Van Gogh nunca matou ninguém, a não ser a si mesmo, quando estava em tratamento
com um médico francês, Dr. Gachet, que o acolheu em sua casa nos arredores de
Paris. Van Gogh está enterrado ali mesmo, no meio de um maravilhoso trigal, que
pintou tantas vezes.
"O vento que sopra na cabeça de Vincent faz suas telas dançarem e a natureza rodopiar"
ResponderExcluirDizia para o irmão Theo, as estrelas me fazem sonhar. Esse pintor meio maluco prendia velas acesas ao chapéu para pintar suas noites.
Isso é ser iluminado!
Vera